Em um dos maiores ataques registrados nos últimos anos, o grupo extremista islâmico Hamas desferiu um violento bombardeio contra Israel neste sábado (7). O sul de Israel foi o principal alvo, recebendo milhares de foguetes.
Conforme relatos do exército israelense, terroristas infiltraram-se no território nacional a partir da Faixa de Gaza. O Hamas, por sua vez, não apenas assumiu a responsabilidade pelo bombardeio, mas anunciou a ofensiva como o início de uma ampla operação visando a retomada do território.
A imprensa internacional revelou um saldo alarmante: 432 mortos, sendo 200 em solo israelense e 232 na Faixa de Gaza, vítimas da subsequente retaliação de Israel. Ademais, ao menos 1.104 pessoas foram hospitalizadas, sendo 17 delas em estado crítico.
Em resposta direta à agressão, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, proclamou que o país se encontra em estado de guerra. “Estamos em guerra e vamos ganhar. O nosso inimigo pagará um preço que nunca conheceu”, declarou ele, marcando o lançamento da operação “Espadas de Ferro” e convocando uma reunião emergencial.
Yoav Galant, Ministro da Defesa de Israel, em sintonia com Netanyahu, condenou veementemente as ações do Hamas. Netanyahu, por outro lado, apelou aos cidadãos para que se mantivessem seguros, permanecendo próximos a abrigos. “As Forças de Defesa de Israel defenderão os civis israelenses e o Hamas pagará um alto preço”, ressaltou um comunicado militar.
Na arena internacional, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, após conversa com Netanyahu, assegurou total apoio ao país. “Estamos prontos para oferecer todos os meios apropriados de apoio ao governo e ao povo de Israel”, afirmou.
Contexto Histórico do Conflito Israel-Palestina
O conflito entre Israel e Palestina, arraigado em tensões religiosas, territoriais e políticas, é um dos confrontos mais duradouros e contenciosos da era moderna.
Raízes antigos: A região, conhecida historicamente como Canaã, e posteriormente, como Palestina, é considerada terra sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos. Para os judeus, é o local de seu antigo reino; para os cristãos, é o cenário da vida de Jesus; e para os muçulmanos, é onde o Profeta Muhammad ascendeu aos céus.
Migração judaica e nacionalismo: No final do século XIX e início do século XX, com o crescimento do movimento sionista, judeus começaram a emigrar para a Palestina com o objetivo de estabelecer uma pátria nacional. Esta migração intensificou-se devido ao antissemitismo na Europa, culminando com o Holocausto.
Mandato Britânico: Após a Primeira Guerra Mundial e a desintegração do Império Otomano, a Liga das Nações concedeu ao Reino Unido o Mandato da Palestina. Durante este período, as tensões entre judeus e árabes palestinos intensificaram-se devido à imigração judaica e à promessa britânica de estabelecer um “lar nacional” para os judeus na região.
Criação de Israel e Guerras Subsequentes: Em 1947, a ONU propôs um plano de partição, criando estados separados para judeus e árabes, com Jerusalém sob controle internacional. Em 1948, Israel declarou sua independência. Isto levou à primeira guerra árabe-israelense. Ao longo das décadas, várias outras guerras se seguiram, como a Guerra dos Seis Dias em 1967 e a Guerra do Yom Kippur em 1973.
Questões Contemporâneas: Os principais pontos de contenda hoje incluem o direito de retorno dos refugiados palestinos, o status de Jerusalém, as fronteiras de Israel, os assentamentos israelenses na Cisjordânia e a criação de um estado palestino independente.
Acordos de Paz e Onda de Violência: Houve várias tentativas de acordos de paz, sendo os Acordos de Oslo na década de 1990 os mais notáveis. No entanto, a paz ainda é evasiva. A segunda Intifada no início dos anos 2000 e os subsequentes conflitos em Gaza demonstram a volatilidade persistente.
Ao longo dos anos, o conflito tem sido marcado por uma série de negociações fracassadas, ondas de violência e uma profunda desconfiança mútua. Embora existam muitos esforços internacionais para mediar a paz, a solução para o conflito continua a ser um desafio global.