O mercado de trabalho do comércio varejista em Birigui, formado atualmente por cerca de 6 mil empregos ativos, avançou em 304 postos de trabalho no acumulado de janeiro a agosto de 2023, após o registro de 2.445 admissões e 2.141 desligamentos, um avanço líquido 36,3% maior do que o saldo auferido no mesmo período do ano passado (+223).
No entanto, ao comparar o resultado com os oito primeiros meses de 2021, os números mostram que a atual geração de vagas foi um pouco menor. Naquele período, o varejo na cidade registrou um saldo positivo de 362 empregos.
Os dados fazem parte do estudo desenvolvido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), em parceria com o Sindicato do Comércio Varejista de Birigui, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
Destaque para os livros
Ao observar os grupos de atividades do varejo em Birigui, o estudo mostra que quase 60% do saldo de 304 novos postos de trabalho neste ano são provenientes do segmento de livros, papelaria e artigos recreativos e esportivos (+177 vagas). “Mais especificamente dos estabelecimentos varejistas de livros, que tiveram em 2023 um avanço de 186 vínculos empregatícios com carteira assinada”, afirma o economista Jaime Vasconcellos, assessor da FecomercioSP.
Outro detalhe que chama a atenção, segundo Vasconcellos, é o saldo positivo de 54 empregos criados pelo grupo de padarias, hortifrútis, açougues e bebidas. Nesse caso, 30 dessas vagas foram geradas nos açougues.
“É impossível não constatar que o crescimento do volume de empregos em 2023 no varejo de Birigui resultou do avanço concentrado de vagas no ramo de livros, principalmente no trimestre junho, julho e agosto”, ressaltou o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Birigui, Maurício Pazian.
Na visão de Vasconcellos, da FecomercioSP, essa constatação é reforçada pelo aumento do ritmo de empregabilidade de outros segmentos do varejo nos primeiros oito meses do ano, na comparação entre 2022 e 2023.
O grupo de combustíveis, por exemplo, passou de um saldo negativo de 5 vagas para um saldo positivo de 12 postos. Já o varejo de comercializadores de eletrodomésticos, equipamento de informática, comunicação e móveis avançou de uma perda de 21 vagas para a geração de 25 empregos.
Desempenho negativo
Por outro lado, o estudo revela que o grupo de hipermercados, supermercados e lojas de departamentos registrou o quarto desempenho negativo para o período de janeiro a agosto deste ano. O segmento de vestuário, calçados e outros artigos também não teve um bom desempenho, já que, após forte avanço no início do ano passado (+183 vagas), estabilizou e criou apenas 23 vínculos em 2023.
Na análise de Vasconcellos, esse grupo de vestuário e calçados tem sofrido quedas em razão da decisão das famílias em direcionar renda para o setor de serviços e outros segmentos varejistas, em especial de bens de consumo não adiável. “É uma realidade não só de Birigui, mas que acaba impactando o desempenho do mercado de trabalho do varejo em geral”, observa o assessor da FecomercioSP.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.