A auxiliar de escritório Simone de Paula Santos, 40 anos, procurou a Polícia Civil, nesta quinta-feira (19), para registrar um boletim de ocorrência contra a Santa Casa de Araçatuba, por discordar do atendimento médico oferecido pelo hospital ao seu pai, o aposentado Olímpio Pereira dos Santos, 72 anos, que tem uma úlcera na perna esquerda e sofre com fortes dores há três meses.
O caso começou na quarta-feira (18), quando a médica da UBS (Unidade Básica de Saúde) do Umuarama disse à auxiliar que não tinha mais condições de tratar do problema de seu pai e que ele precisava de atendimento no Pronto-Socorro Municipal (PSM), pois o caso dele havia se agravado.
O idoso chegou ao PSM por volta das 17h de quarta-feira e dormiu lá. Ela relata que ele recebeu medicamento para dor e teve o curativo trocado, mas passou a noite gemendo de dor e com a perna exalando mau cheiro.
O paciente foi, então transferido para a Santa Casa, onde passou por consulta com o médico André Villela, especialista em Cirurgia Vascular. O profissional examinou o idoso, prescreveu medicamentos, fez um procedimento denominado de debridamento (remoção de tecido necrótico) e o liberou, com a justificativa de que o caso não era para internação.
A filha, no entanto, não se conforma com a decisão, pois acredita que seu pai corre o risco de morrer. “Eu não concordo com isso. Em menos de quatro horas deram alta para o meu pai. Como dão alta para um paciente gemendo de dor, em uma cadeira de rodas, porque não consegue nem andar?”, questionou.
Como a dor era muito forte, segundo a auxiliar de escritório, o idoso foi levado novamente ao PSM, ficando lá para atendimento médico. A filha do paciente decidiu registrar o boletim de ocorrência e registrar uma queixa na ouvidoria do hospital.
Ainda nesta sexta-feira (20), o idoso permanecia no PSM, de onde teve alta, mas a família se negava a retirá-lo de lá, nesta tarde.
OUTRO LADO
A Santa Casa informou que o paciente foi encaminhado pelo PSM para uma avaliação e atendimento. Conforme a assessoria de imprensa do hospital, o idoso foi avaliado por um cirurgião vascular, que realizou a limpeza do membro ferido e um procedimento denominado de debrilamento, para a retirada do tecido necrótico. Também foi feito o curativo e dada a medicação.
Ainda conforme o hospital, o médico especialista para qual o paciente foi encaminhado para a avaliação concluiu que o caso é para ser acompanhado ambulatorialmente e que não é um caso para internação
A coordenador do NIR (Núcleo Interno de Regulação) da Santa Casa disse que caso o paciente tenha alguma intercorrência deve procurar o PSM, que deve avaliar se há a necessidade de novo encaminhamento à Santa Casa.