A Polícia Civil do Rio de Janeiro fez uma descoberta nesta sexta-feira (6): quatro corpos, identificados como suspeitos de estar por trás do trágico ataque que resultou na morte de três médicos ortopedistas e deixou um ferido gravemente na madrugada anterior.
As primeiras informações indicam que o ataque teria sido resultado de uma trágica confusão. Traficantes teriam confundido o médico Perseu Ribeiro Almeida com Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho do notório Dalmir Pereira Barbosa, líder de uma milícia na zona oeste do Rio.
Dos corpos encontrados com marcas de tiros e facadas, um, provavelmente do traficante Philip Motta Pereira, conhecido como Lesk, foi localizado na Gardênia Azul. Lesk, que havia recentemente migrado da milícia para o Comando Vermelho, é apontado como o possível mandante do ataque. Ryan Nunes de Almeida, outro membro do grupo de Lesk, chamado de “Equipe Sombra”, também está entre os mortos. Os outros dois corpos encontrados ainda aguardam identificação. Por outro lado, Bruno Pinto Matias e Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, ambos suspeitos de envolvimento no ataque, foram confirmados como não estando entre os mortos.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) revelou que o ataque não teve um planejamento prévio. Os criminosos teriam recebido informações sobre a localização do suposto alvo e decidiram agir imediatamente. Na tarde de quinta-feira, suspeitos de participação no atentado teriam sido julgados e executados pelo “tribunal do tráfico”, uma medida das lideranças do Comando Vermelho insatisfeitas com a repercussão negativa do crime, sobretudo porque pessoas inocentes foram mortas.
As vítimas fatais foram identificadas como Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida. Outro médico, Daniel Sonnewend Proença, sobreviveu e se encontra hospitalizado.
Os profissionais estavam no Rio de Janeiro para o 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo, evento chancelado pela Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, solicitou o acompanhamento da Polícia Federal nas investigações. É relevante mencionar que Sâmia Bomfim, irmã de uma das vítimas, é casada com o também deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ).