O Exército Brasileiro comunicou a exoneração do tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista da direção do Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), com publicação oficializada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (20). A decisão vem após o furto de 21 metralhadoras da unidade situada em Barueri, região metropolitana de São Paulo. Em substituição, o coronel Mário Victor Vargas Júnior, 48 anos, foi designado para dirigir o quartel.
Mesmo após a exoneração em decorrência do furto de metralhadoras, o Coronel Rivelino Barata de Sousa Batista continuará exercendo suas funções militares, mantendo-se na ativa no Exército Brasileiro.
A informação da saída de Rivelino foi inicialmente anunciada na quinta-feira (19) pelo general de Brigada Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste (CMSE). O anúncio ocorreu durante coletiva de imprensa na sede do CMSE, na capital paulista.
Ainda que não haja evidências de envolvimento direto de Rivelino Batista no desaparecimento das armas, sua posição enquanto diretor do AGSP colocou-o sob escrutínio, levando à sua exoneração. O furto das metralhadoras chamou atenção, especialmente porque a descoberta do sumiço só foi realizada durante inspeção em 10 de outubro, embora se suspeite que o crime tenha sido efetuado entre 5 e 8 de setembro.
De acordo com as investigações iniciais do Exército, mais de três militares teriam participado diretamente do crime. Embora identificados, os nomes não foram divulgados à imprensa. Todos os envolvidos responderão a inquéritos e estão sujeitos a penalidades que vão desde punições administrativas até expulsão ou detenção.
As investigações também revelam a suspeita de cooptação por facções criminosas. O Exército trabalha com a hipótese de que os militares foram cooptados para negociar a venda das metralhadoras. Em desdobramento positivo, oito das 21 metralhadoras furtadas foram recuperadas pela Polícia Civil no Rio de Janeiro.
Atualmente, cerca de 160 militares seguem “aquartelados” no quartel desde a descoberta do furto, com celulares confiscados. Estes estavam trabalhando nos dias próximos ao feriado de 7 de setembro. O Inquérito Policial Militar (IPM), responsável pela apuração, já ouviu mais de 50 militares até o momento.