Na sequência dos ataques realizados pelo grupo palestino Hamas, que causou a morte de 200 israelenses e deixou 1,1 mil feridos em diversos locais de Israel, a retaliação israelense resultou em ataques aéreos matando 230 pessoas e ferindo 1,6 mil na Faixa de Gaza, conforme noticiado pela Reuters.
No meio desse cenário preocupante, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil está ativamente monitorando a situação dos brasileiros presentes na região. Existem cerca de 14 mil brasileiros residentes em Israel e mais 6 mil na Palestina. De acordo com o MRE, a grande maioria encontra-se fora da área afetada pelos conflitos.
A Embaixada do Brasil em Tel Aviv já está oferecendo suporte a um brasileiro ferido e busca contato com outros dois conterrâneos que estavam em uma zona atacada.
Felipe Bichof, um técnico de ginástica artística residente em Tel Aviv, expressou sua apreensão à TV Brasil. Ele descreveu a atmosfera na cidade como tensa e relatou a infiltração do Hamas, que assumiu assentamentos e fez reféns. Bichof também mencionou o momento aterrorizante quando o noticiário local mostrou israelenses em bunkers se comunicando ao vivo via telefone, em pânico.
Israel, preparando-se para um possível agravamento da situação, convocou mais de 100 mil reservistas. “É imprevisível, pode durar algumas horas, alguns dias, semanas, isso pode escalar e a gente fica na tensão para que outros países não entrem nessa situação”, afirmou Bichof.
A jornalista Carolina Rizzo, que também reside em Tel Aviv, corroborou com os sentimentos de Bichof, descrevendo a cidade como “deserta” e mencionando a frequente necessidade de procurar abrigo devido aos alarmes de mísseis. “Não estou saindo de casa, estou trancafiada dentro de casa, só acompanhando em grupo de WhatsApp de quem mora por aqui, vendo notícias o dia inteiro. Venho para a varanda do apartamento e quase não tem carro passando. Você não vê gente andando na rua, está bem estranho e angustiante. Hoje foram cinco sirenes de disparos de foguetes que a gente ouviu e a gente teve que ir para o abrigo anti-bombas.”
Em uma resposta proativa, o Conselho de Segurança da ONU realizará uma reunião, liderada pelo Brasil, para discutir os recentes ataques. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, manifestou sua profunda preocupação com os ataques em uma rede social e enfatizou a dedicação do Brasil em trabalhar em prol da paz na região.
“O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU. Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados”, escreveu o presidente.