De acordo com o 10º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), houve uma queda significativa nos preços de hortaliças como alface, batata, cenoura e cebola nas Centrais de Abastecimentos (Ceasas)1. A Conab atribui essa redução aos custos logísticos menores, possibilitados pela produção descentralizada ao redor do país e a intensificação da safra de inverno. Além disso, o clima também desempenhou um papel crucial, especialmente para a alface, cujo ciclo foi encurtado pelo calor, impulsionando os produtores a disponibilizarem seus produtos no mercado, ao mesmo tempo que a demanda aumentou devido às altas temperaturas.
A cebola registrou a maior queda na média ponderada em setembro, comparada a agosto, mesmo com uma quantidade menor disponível nos mercados. Enquanto isso, a batata teve uma queda contínua e unânime nas cotações devido à intensificação da safra de inverno, com um total comercializado nas 11 centrais de abastecimento superior a 100 mil toneladas. Por outro lado, apenas o tomate não seguiu a tendência de comportamento uniforme de preços no atacado, com variações decorrentes das alterações nas temperaturas que afetaram a maturação do fruto, resultando em oscilações na oferta e demanda.
No que se refere às frutas, o boletim informa que banana e mamão mantiveram a tendência de queda nos preços, a exemplo da maioria das hortaliças. A boa oferta de banana-prata, especialmente no sul e no norte mineiro, contribuiu para a redução dos preços. A maior oferta do mamão papaia, principalmente no sul da Bahia, também possibilitou a queda na média ponderada dos preços, mesmo com o crescimento da demanda na segunda quinzena do último mês.
O relatório também abordou o cenário das exportações, destacando que entre janeiro e setembro, o volume total de frutas exportado foi de 694 mil toneladas, resultando em um total de US$ 794,8 milhões comercializados, um aumento em comparação com o mesmo período do ano passado.
Este panorama, que favorece o consumidor com preços mais acessíveis, reflete a complexa interação entre a produção agrícola, as condições climáticas e os mercados atacadistas, mostrando a dinâmica e a resiliência do setor hortifrutigranjeiro brasileiro diante dos desafios e oportunidades apresentados ao longo do ano.