A Câmara Municipal de São Paulo marcou a história da política paulistana na última terça-feira (19) ao cassar o mandato do vereador Camilo Cristófaro (Avante), acusado de racismo. Com um placar contundente, 47 parlamentares votaram pela cassação, enquanto cinco optaram pela abstenção. Nenhum voto foi registrado em defesa de Cristófaro.
O incidente que levou à denúncia ocorreu em maio de 2022, durante um depoimento de Claudia Woods, ex-CEO da Uber, e Thiago Henrique Lima, sócio da empresa THL. Participando de maneira remota, Cristófaro esqueceu seu microfone ligado e proferiu o comentário: “varrendo com água na calçada… é coisa de preto, né?”. Em um primeiro momento, o vereador defendeu-se alegando estar se referindo à higienização de carros. No entanto, posteriormente, admitiu a fala racista, justificando-a como uma brincadeira com um amigo.
Esta não foi a primeira vez que Cristófaro se envolveu em polêmicas de cunho racista. Em setembro de 2019, ele dirigiu ofensas ao então vereador Fernando Holiday, chamando-o de “macaco de auditório” no plenário da Câmara.
Com a cassação, Dr. Adriano Santos (PSB) assumirá a vaga deixada por Cristófaro, consolidando um momento histórico em São Paulo, pois é a primeira vez que um político perde o mandato na cidade por um caso de racismo.