A FMVA (Faculdade de Medicina Veterinária de Araçatuba), que pertence ao campus local da Unesp (Universidade Estadual Paulista), é o primeiro estabelecimento de ensino a receber o certificado de propriedade livre de brucelose e tuberculose.
A certificação foi emitida pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento e Coordenadoria de Defesa Agropecuária na última quarta-feira (27) e tem validade de um ano, com possibilidade de renovação após esse período.
No Brasil, a emissão desse certificado teve início em 2001, quando o PNCEBT (Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose ) foi instituído pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
Em nota técnica, a professora assistente, Márcia Marinho, e o professor titular, Iveraldo dos Santos Dutra, destacam que esse procedimento tem, por objetivo, a redução da prevalência e incidência de brucelose e tuberculose bovina e bubalina, o que reduz o impacto negativo dessas zoonoses na saúde humana e animal, além de promover a competitividade da pecuária nacional.
Sendo assim, o programa estabelece um conjunto de medidas sanitárias que visa o controle, para posterior erradicação das enfermidades, além de promover o controle do trânsito de animais.
Medidas
Um dos procedimentos adotados para obter a certificação foi a medida profilática para a brucelose, com a obrigatoriedade da vacinação em todas as bezerras de 3 a 8 meses, com a vacina B19 ou RB51, e das fêmeas adultas e não vacinadas somente com a RB51.
Também foram realizados testes sorológicos de alta especificidade e sensibilidade, consecutivos, em intervalos apropriados durante o período de 12 meses. Essa ação possibilita identificar os animais reagentes e, consequentemente, promover o screening (exame em animais assintomáticos) do rebanho.
Já para a tuberculose, foram feitos testes de tuberculização consecutivos com intervalos de 60 dias entre as provas. Para rebanho de corte, foi realizado o teste da prega ano-caudal; o gado de leite recebeu o teste cervical simples e/ou o duplo comparativo.
Após um ano da realização de testes sorológicos, a FMVA cumpriu todas as exigências necessárias à obtenção do certificado.
Ganhos
O certificado traz alguns ganhos para a FMVA. De acordo com o diretor do campus, Cecílio Viega Soares Filho, uma das vantagens é oferecer segurança às pessoas envolvidas nas práticas de ensino e na formação profissional de qualidade para os discentes.
Além disso, com a certificação, o Hospital Veterinário não será impedido de receber bovinos e bubalinos. A unidade deverá garantir, por meio de um plano de biosseguridade, a segregação dos animais externos e internos – no total, o rebanho local tem oito bovinos das raças nelore e holandesa, e mestiço.
Dessa forma, a área de pasto ao redor do Hospital Veterinário pode receber animais de criadores, para que eles recebam os devidos cuidados, mantendo a distância mínima de 150 metros do lote dos animais da Unesp.
“É fundamental termos nosso rebanho certificado sanitariamente dentro dos padrões exigidos pelo Mapa, uma vez que, por sermos instituição pública de ensino, pesquisa e extensão, além de darmos o exemplo, incentivamos os produtores e as demais instituições do Estado a fazerem o mesmo”, informam os professores em nota técnica.