Em resposta a um vídeo divulgado pelo jornalista Alexandre Garcia, onde sugere que a tragédia de enchentes no Rio Grande do Sul, que resultou na morte de pelo menos 46 pessoas, foi devido à abertura de comportas de três barragens, autoridades e órgãos de controle refutaram essas alegações.
No vídeo, Garcia afirma que, durante o governo petista, foram construídas três represas que teriam aberto suas comportas simultaneamente, causando uma devastadora enxurrada. Entretanto, essa afirmação é categoricamente falsa.
Os órgãos de controle e fiscalização informaram que as represas citadas no Rio das Antas, no Rio Grande do Sul, não possuem comportas que armazenam ou retêm água para geração de energia. Estas usinas operam com uma estrutura chamada vertedouro de soleira livre, que simplesmente escoa o excedente de água, sem controlar o fluxo dos rios.
A Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) do estado enfatizou que não há evidências que apontem a influência das barragens no agravamento da enxurrada. Além disso, a Companhia Energética Rio das Antas (Ceran) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reforçaram que a água excedente passou naturalmente por cima das barragens, sem interferência mecânica.
A Agência Nacional de Águas (ANA) esclareceu que a produção de energia é realizada apenas com a força da correnteza, sem a necessidade de comportas.
Garcia fez essas declarações durante sua participação em um programa no YouTube da Revista Oeste, gerando ampla repercussão e especulação nas redes sociais. A informação incorreta levou prefeitos da região do Rio das Antas a comunicar o Ministério Público Federal (MPF) sobre a situação.
O desastre que devastou a região serrana e o Vale do Rio Taquari foi causado por um ciclone extratropical, resultando em ventos fortes e chuvas intensas. O MPF lançou um inquérito civil para investigar as ações tomadas em resposta às enchentes, buscar possíveis irregularidades e identificar medidas preventivas para futuros eventos climáticos extremos.