A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) buscou a intervenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma tentativa de revogar a suspensão do horário de verão, medida que está em vigor desde 2019. Em carta enviada nesta sexta-feira, a Abrasel expôs seus argumentos, acreditando que o retorno da política pode resultar em um significativo impulso econômico, principalmente para o setor de alimentação e turismo.
Segundo a entidade, a reintrodução do horário de verão pode acarretar em um aumento estimado de 10% a 15% no faturamento de bares e restaurantes. “No momento em que o setor ainda se recupera dos prejuízos causados pela pandemia, a implementação da medida beneficiaria um setor que gera renda direta para mais de 7 milhões de brasileiros e tem cerca de 1,5 milhão de empreendimentos no país”, ressaltou a Abrasel em comunicado.
Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, reforçou os benefícios da medida, indicando que “o retorno do horário de verão proporcionaria mais tempo de luz natural durante os dias, o que favorece o consumo e a frequência de clientes nos estabelecimentos, além de trazer mais movimento e segurança às cidades de um modo geral”.
Histórico da Medida
O horário de verão foi implementado pela primeira vez em 1931, com o objetivo principal de economizar energia, aproveitando a luz natural. Desde então, a medida tem sido adotada com variada frequência, mas foi oficialmente suspensa em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, após considerações sobre mudanças no padrão de consumo de energia e avanços tecnológicos.
Avaliação Atual e Perspectivas
Contrariando os pedidos da Abrasel, a área técnica do Ministério de Minas e Energia avaliou que não há necessidade de retomar o horário de verão em 2023. A pasta sustenta que a situação atual dos reservatórios e a oferta de fontes renováveis são suficientes para garantir o fornecimento de energia ao país. Dados do Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS) corroboram essa visão, indicando que os níveis dos reservatórios das hidrelétricas estão acima de 70% em diversas regiões do Brasil.
Diante desse cenário, a retomada da medida ainda permanece incerta. A decisão final caberá às autoridades competentes, que deverão avaliar os prós e contras de tal implementação no contexto atual.