O recente declínio no preço dos alimentos proporcionou um alívio bem-vindo ao orçamento das famílias que ganham até cinco salários mínimos. Além de facilitar a vida destas famílias, a queda dos preços também pode impulsionar a economia como um todo.
Dentro dos supermercados, produtos como leite, tomate, batata e carnes destacam-se como alguns dos itens que tiveram uma notável redução de preço. A reação é quase instantânea entre os consumidores: eles sentem que podem comprar um pouco mais do que o essencial.
Rogério Leandro Aparecido, representante comercial, comenta: “Está um pouco melhor agora, os preços diminuíram um pouco.” Lici Azevedo Lino, costureira, complementa: “Agora podemos até nos dar ao luxo de comprar alguns itens que antes não podíamos”.
O cenário de queda dos preços é chamado de deflação. O fato dos preços dos alimentos terem caído pelo terceiro mês consecutivo é uma boa notícia para muitas famílias. E, ainda que muitas continuem enfrentando orçamentos apertados, a deflação alimentar pode ter um efeito positivo no Produto Interno Bruto (PIB) do país, já que o consumo das famílias representa cerca de 60% do PIB.
No entanto, o professor de economia do Insper, Otto Nogami, alerta que é importante manter uma visão realista. “Isso pode ser um comportamento temporário, pois as famílias são muito influenciadas por expectativas”, diz ele.
Apesar das incertezas, muitos estão otimistas. Maria Cristina de Carvalho, aposentada, comenta: “Eu comprei uma máquina de lavar e paguei à vista. Se encontrar uma geladeira mais barata, vou comprar à vista também”.
O professor Nogami resume o sentimento geral: “Essa diversidade no consumo faz as pessoas se sentirem mais felizes. Estão satisfazendo suas necessidades e desejos. Isso é positivo para a economia, pois mantém a sociedade com uma sensação de bem-estar e satisfação, o que influencia o crescimento econômico”.