Em um estudo recente realizado pela Quaest, foi revelado que 41% dos brasileiros considerariam mudar de país devido à acentuada polarização política no Brasil. Este estudo, intitulado “O que esperar do Brasil?”, lança luz sobre a intensidade da polarização no país e suas ramificações em diferentes aspectos da vida brasileira.
Após as eleições recentes, identificou-se que os cidadãos se mostravam “afetivamente polarizados” e “socialmente calcificados”. Esta pesquisa aponta que houve um aumento significativo na “polarização afetiva”, sobretudo quando se refere aos sentimentos em relação a dois proeminentes políticos: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O estudo detalha que a “polarização” está caracterizada por uma maior distância entre os eleitores de candidatos opostos em termos de valores, ideias e perspectivas políticas. Por outro lado, “calcificação” descreve uma relutância em mudar de posição ou até mesmo em votar contra o partido de preferência.
Esse cenário gerou um fenômeno onde os eleitores se comportam mais como “torcedores apaixonados” do que simples participantes do processo democrático.
Dentro das descobertas alarmantes, 54% dos entrevistados afirmaram conhecer alguém que rompeu relações sociais devido a conflitos políticos. Além disso, em relação à escolha de mídia, 35% dos brasileiros expressaram preferência por canais de televisão que ecoem suas próprias visões políticas.
Outras tendências preocupantes emergiram: 32% dos participantes se oporiam a um casamento do filho com alguém com visões políticas divergentes. Em termos de consumo e preferências culturais, 23% evitariam artistas que apoiam adversários políticos, 19% não comprariam de marcas que fazem o mesmo, e 10% considerariam mudar de igreja com base nas inclinações políticas do líder religioso.
Esta pesquisa será tema de discussão em um programa de televisão com a presença de especialistas, incluindo Felipe Nunes, CEO da Quaest, e renomados professores da USP.