O pastor Péricles Cardoso de Melo, da Assembleia de Deus em João Pessoa (PB), está no centro de um escândalo de estelionato que abalou a cidade. Ele é acusado de aplicar um golpe que resultou em dívidas superiores a R$ 2 milhões, afetando mais de 30 membros de sua congregação, a Mangabeira 1.
Após a denúncia de um fiel que tinha uma dívida de R$ 90 mil, devido a um empréstimo não pago pelo pastor, outras vítimas vieram a público compartilhando histórias similares. “Esse fiel buscava regularizar sua situação financeira. Após promessas não cumpridas por parte do pastor, ele procurou a diretoria da igreja, que foi informada da gravidade da situação”, detalha a delegada Andréa Melo, responsável pelas investigações.
O Ministério Público da Paraíba já se manifestou favoravelmente à prisão preventiva do religioso. A decisão final está nas mãos da 2ª Vara Regional Criminal de Mangabeira.
Segundo a investigação, que vem sendo conduzida há dois anos, Péricles solicitava empréstimos em segredo, explorando a confiança e veneração que os fiéis tinham por ele. “Ele iniciou pegando dinheiro de um para quitar a dívida de outro. Com o tempo, a situação tornou-se insustentável”, afirma a delegada Melo.
Para agravar a situação, os débitos cresceram significativamente devido aos juros cobrados pelas operadoras de cartão de crédito.
Os líderes da igreja marcaram uma reunião para o dia 14 de julho deste ano, na qual Péricles deveria falar sobre o que estava ocorrendo. “Mas aí, no dia anterior, ele desapareceu aqui de João Pessoa”, conta a delegada.
Em nota oficial, a Assembleia de Deus da Paraíba confirmou as denúncias e anunciou o afastamento imediato de Péricles de todas as suas funções eclesiásticas e abertura de um procedimento disciplinar administrativo contra o pastor. “Diante das evidências apresentadas naquela reunião, o acusado foi imediatamente afastado de suas funções eclesiásticas, bem como foi aberto procedimento disciplinar administrativo por parte dessa denominação.”
