O médico e triatleta Filipe Fornari representou Araçatuba (SP) na Maratona de Berlim, realizada nesse domingo (24) na capital da Alemanha. O araçatubense, o único da região a participar da famosa e já consagrada prova de corrida, concluiu o percurso entre os 6 mil atletas de um total de 48 mil participantes da edição 2023. Em julho, Fornari já havia participado e concluído com sucesso o IronMan 70.3 no RJ.
A Maratona de Berlim teve o pentacampeonato do queniano Eliud Kipchoge no masculino. Entre as mulheres, a etíope Tigst Assefa tirou mais de dois minutos do recorde mundial. Kipgoche dominou a prova masculina e ficou sozinho nos últimos 10 quilômetros. Já Tigst Assefa se tornou a primeira mulher a correr uma maratona abaixo do tempo de 2h12: 2h11min53, novo recorde mundial.
Para o médico Filipe Fornari, foi muito emocionante representar o Brasil e também Araçatuba e região na famosa competição, que conta anualmente com atletas profissionais e renomados de todo o mundo. “O coração bateu mais forte e foi com enorme prazer que levei comigo o Brasil e a nossa querida Araçatuba para essa competição”, comentou Fornari (foto abaixo) após concluir os 42 quilômetros de percurso.
Hegemonia Queniana
Apontado como favorito, o queniano Eliud Kipchoge imprimiu um ótimo ritmo e deixou o pelotão para trás desde o início da prova. Vincent Kipkemboi, também queniano (pouco mais de 30 segundos atrás) e Tadese Takele, da Etiópia, completaram o pódio. Em sua primeira corrida desde que terminou em sexto na Maratona de Boston, em abril, o bicampeão olímpico Kipchoge, 38 anos, completou a prova na capital alemã sozinho com o tempo de 2h02min42.
Entre as mulheres, o pódio teve ainda Christine Begemann, da Alemanha, na segunda posição, e Sheila Chepkirui, do Quênia, foi a terceira. Durante a prova, houve uma tentativa de protesto de ativistas climáticos, mas a manifestação foi contida pelos seguranças.
Nos primeiros três quilômetros, Kipchoge, Derseh Kindie e três coelhos (atletas para marcar o ritmo da prova) abriram vantagem para o restante do pelotão, com Amos Kipruto, vencedor da Maratona de Londres do ano passado, no segundo grupo.
Aos 10 km, os líderes estavam 16 segundos à frente do ritmo do recorde mundial. Essa marca chegou a 23 segundos no 16º quilômetro, mas caiu para 13 segundos quando o grupo chegou à metade do percurso em 1h00min22.
Faltando pouco mais de 10 km, Kindie ficou para trás e Chepkwony fez o mesmo de cumprimentar seu parceiro de treino na equipe NN Running Team. Assim, Kipchoge ficou livre para vencer mais uma ver a Maratona de Berlim 2023.
Na corrida feminina, a surpreendente vencedora da edição passada Tigst Assefa (em 2h15min37, então o terceiro tempo feminino mais rápido da história) e sua companheira etíope Workenesh Edesa abriram caminho após 15 km. Edesa logo perdeu contato com com Assefa, que alcançou a distância de meia maratona em 1h06min20, 39 segundos abaixo do recorde mundial de Brigid Kosgei em Chicago, há quatro anos.
A atleta de 29 anos, monitorando o coelho masculino Azmera Gebru, continuou ganhando tempo à medida que se aproximava de algo muito especial. Assefa parecia correr com muita energia ao passar pelo icônico Portão de Brandemburgo e cruzar a linha de chegada em 2h11min53, mais de dois minutos abaixo da marca anterior de Kosgei (2h14min04).
Atletas do Mundo
Além dos atletas de elite, cerca de 48 mil corredores de todas as partes do mundo participaram do evento. Criada em 1974 por um grupo de atletas do clube SC Charlottemburg, sua primeira edição foi disputada por apenas 286 atletas, com um percurso quase integralmente dentro da floresta de Grunewald, uma área em volta de Berlim Ocidental.
Hoje, depois de ganhar as ruas da cidade e do fim da divisão de Berlim, ela é uma maratona muito rápida e de alto nível atlético, por ser disputada sob condições climáticas adequadas e num percurso plano, sem grandes elevações.