As falhas geológicas são fraturas na crosta terrestre por onde ocorre o deslocamento de blocos rochosos. Estas falhas são formadas devido às tensões geradas pela movimentação das placas tectônicas que compõem a superfície da Terra. Quando essas tensões atingem um ponto crítico, resultam em terremotos, como o recentemente vivenciado pelo Marrocos.
Existem três tipos principais de falhas, baseados em seu movimento:
- Falhas Normais: Ocorrem em áreas com extensão crustal. A rocha acima do plano de falha move-se para baixo em relação à rocha abaixo.
- Falhas Inversas: Acontecem em áreas de compressão crustal. A rocha acima do plano de falha move-se para cima em relação à rocha abaixo.
- Falhas Transcorrentes: Ocorrem horizontalmente, sem movimento vertical significativo.
Quando as placas tectônicas se movem, elas causam tensão nas rochas até que essa energia seja liberada, resultando em um terremoto. O ponto na Terra diretamente acima do início do terremoto (localizado dentro da falha) é chamado de epicentro. A liberação repentina de energia cria ondas sísmicas que fazem o chão tremer.
Marrocos e sua geologia
Na sexta-feira (8), o Marrocos foi atingido por um terremoto de magnitude 6,8, com epicentro nas montanhas do Atlas, cerca de 70 km ao sul de Marrakech. O tremor durou aproximadamente 15 segundos e, segundo relatórios iniciais, deixou mais de 820 mortos e 672 feridos. Tal incidente é um lembrete contundente da posição geologicamente vulnerável do país.
O Marrocos está estrategicamente localizado entre as placas tectônicas africana e euroasiática. A movimentação contínua dessas placas torna o país propenso a sismos, com a região norte sendo especialmente suscetível.
O Norte da África tem um histórico de atividade sísmica significativa. Em 1980, a Argélia, país vizinho, sofreu um terremoto de magnitude 7,3 em El Asnam. Este sismo resultou na morte de 2.500 pessoas e deixou 300.000 desabrigadas, evidenciando a vulnerabilidade da região.
A ciência por trás dos terremotos está intrinsecamente ligada às falhas geológicas e à dinâmica das placas tectônicas. Compreender estas forças é crucial para mitigar os riscos e preparar-se adequadamente para futuros eventos sísmicos, especialmente em regiões propensas como o Norte da África.