Ela está morando no que sobrou da casa, com uma tia que sofre de esquizofrenia, uma filha com paralisia cerebral e ainda cuida do filho de uma sobrinha, que tem apenas 2 anos
Uma comerciante de 55 anos está vivendo um drama e tentando reconstruir sua vida, depois que um incêndio criminoso destruiu sua casa e a loja de roupas que era sua principal fonte de renda em Valparaíso, a 47 quilômetros de Araçatuba. O autor do incêndio já está preso e o crime foi relacionado a uma cobrança que não tinha nenhuma relação com a mulher, mas ela acabou ficando com o prejuízo, não só material, mas psicológico.
A mulher morava na casa destruída pelo fogo no dia 25 de agosto. Devido à destruição, após o incêndio ela foi morar na casa de parentes. Mas a comerciante não é sozinha, ela cuida de uma tia, que tem 70 anos e sofre de esquizofrenia, além de ter uma filha de 26 anos com paralisia cerebral, e cuidar ainda de um sobrinho-neto com apenas 2 anos.
Essa semana ela voltou para casa incendiada, que continua destruída, e está morando em dois cômodos que sofreram menos danos no dia do incêndio. A mulher e a família estão vivendo em meio a um cheiro de queimado nos fundos dos escombros, e agora luta na tentativa de ganhar materiais para recomeçar sua vida.
Sobrinha
Ela contou em entrevista ao RP10, que tem uma sobrinha menor de idade, mão do bebê que ela cuida e tem a guarda. Essa sobrinha foi criada pela comerciante, mas acabou se envolvendo com pessoas erradas e estava morando com um rapaz no bairro 400 casas.
A tia pensava que estivesse na casa de uma amiga. No entanto, após um desentendimento com esse suposto companheiro, a jovem voltou para a casa da tia, que mal sabia do envolvimento dela com pessoas “erradas”. Após voltar para a casa da tia, esse rapaz passou a ameaçar a jovem, e teria articulado o incêndio para se vingar da menina.
Após o incêndio, a sobrinha, com medo, acabou se mudando de Valparaíso e hoje reside em outra cidade da região.
Ajuda
A comerciante recebe benefício da tia e da filha, mas por serem especiais, os valores são insuficientes. Ela tinha como principal fonte de renda a loja de roupas na cidade. O estoque já era farto, mas no incêndio, perdeu tudo. Ela conta que cinco dias antes do crime tinha comprado balcões e colmeias mais novos para revitalizar a loja, e tudo foi destruído.
Como Valparaíso é uma cidade pequena, a mulher está com dificuldade de receber doações para poder recomeçar, e a renda, sem a loja, acaba sendo insuficiente até para o sustento da família. Foi realizada uma vaquinha virtual, que arrecadou apenas R$ 3 mil líquidos, descontadas as taxas de serviço.
Ela ganhou diversas peças novas de roupas e ainda está pedindo doações para realizar um bazar, e juntar dinheiro para ir a São Paulo buscar roupas e recomeçar a trabalhar com as vendas. No entanto, Rosângela pede qualquer tipo de ajuda, principalmente materiais para construção. Se surgirem doadores de outras cidades, como Araçatuba, ela disse que tenta viabilizar meios para fazer a retirada.
Doações
Quem puder ajudar, pode entrar em contato com a comerciante pelo telefone (18) 99190-2156. Este número também é uma chave pix para que puder fazer doações em dinheiro.
Preso
A Polícia Militar de Valparaíso prendeu o homem apontado como autor do incêndio criminoso na última sexta-feira (22). Ele também é acusado de outros crimes, sendo o mais recente deles um roubo a um supermercado na cidade.
O capturado estava sendo investigado pela Polícia Civil pelo assalto no mercado Real, ocorrido no sábado (16) quando ele entrou armado no estabelecimento. O SIG (Setor de Investigações Gerais) da Polícia Civil de Valparaíso, após investigação, chegou até o nome do autor.
O delegado que coordenou a investigação representou pela prisão temporária do investigado, a qual foi concedida pela Justiça. Nesta sexta-feira ele foi localizado e detido por uma equipe da Polícia Militar. A arma usada no assalto também foi apreendida.
Ele também é investigado por tentativa de homicídio no dia 27 de março, para vingar a morte de Caio Henrique do Santos, 20 anos. Minutos depois de Caio ser assassinado a tiros em frente a uma barbearia e depósito de bebidas, o suspeito e mãe foram vítimas de tentativa de homicídio e sequestro e cárcere privado.
Três homens foram a casa do suspeito no bairro Quatrocentas Casas e o balearam, mas ele conseguiu fugir. A mãe foi capturada pelos três, agredida a coronhadas e ameaçada de morte. Este homem preso pela Polícia Civil é suspeito de estar entre o trio que tentou vingar a morte de Caio.
Contra ele também havia um mandado de prisão por roubo expedido pela Justiça de Minas Gerais.