O caso D.B. Cooper permanece como um dos maiores mistérios não resolvidos na história da aviação americana. Em 1971, um homem que se identificava como D.B. Cooper embarcou no voo 305 da Northwest Orient Airlines, e o que se seguiu foi uma série de eventos repletos de suspense e intriga. As informações são do site Tecno Insider.
Cooper realizou um audacioso sequestro aéreo, extorquiu $200.000 em resgate e, posteriormente, desapareceu sem deixar rastros. Até hoje, a verdadeira identidade do criminoso e seu paradeiro final continuam desconhecidos, alimentando especulações e teorias.
O sequestro
Em 24 de novembro de 1971, um homem usando o pseudônimo D.B. Cooper embarcou no voo 305 da Northwest Orient Airlines. Um voo curto e rotineiro de Portland para Seattle.
Durante o voo, o homem, que havia pedido um bourbon e uma 7-Up a uma das comissárias, chamou a atenção dela ao entregar-lhe um bilhete. O conteúdo do bilhete era alarmante: afirmava que ele estava portando uma bomba em sua mala de mão. Ele estava sequestrando o avião.
A bordo estavam 36 passageiros e seis tripulantes, todos inconscientes do drama que logo se desenrolaria.
Para corroborar sua ameaça, ele abriu ligeiramente a tampa da maleta, revelando o que pareciam ser fios conectados a explosivos. Este movimento audacioso fez com que a ameaça fosse levada muito a sério pela tripulação.
Imediatamente, de posse do bilhete, a comissária informou a situação ao comandante da aeronave. As demandas de Cooper eram claras: ele queria 200 mil dólares em notas de 20 (o equivalente a pouco mais de 1,2 milhão de dólares atualmente ou cerca de 6,3 milhão de reais), quatro paraquedas e um avião para a fuga.
Enquanto as autoridades e a companhia aérea corriam contra o tempo para atender suas exigências, Cooper mantinha o avião e seus ocupantes sob sua tensa e imprevisível ameaça, dando início a uma das histórias de crime mais enigmáticas do século XX.
A fuga
Com suas exigências atendidas, Cooper autorizou o pouso da aeronave em Seattle e liberou os 36 passageiros, mantendo alguns membros da tripulação como reféns.
O avião, agora abastecido e carregando o resgate, decolou novamente sob suas instruções para seguir rumo ao México. Cooper fez uma série de demandas específicas. Uma delas era que o avião não voasse a mais de 10.000 pés de altitude, aproximadamente 3.000 metros, o que é cerca de um quarto da altitude habitual para voos comerciais.
Esta exigência tinha provavelmente o objetivo de garantir que as condições fossem adequadas para um salto de paraquedas, uma vez que uma altitude mais baixa resultaria em menor pressão do ar e velocidade do vento, facilitando sua fuga.
Além disso, a altitude reduzida também significaria que o avião voaria a uma velocidade menor, outro fator crucial para a execução de um salto de paraquedas bem-sucedido a partir de uma aeronave em voo.
O avião sequestrado era um Boeing 727. Este modelo de avião tinha uma característica particularmente interessante: uma escada de ar traseira que poderia ser aberta em pleno voo, o que foi crucial para a fuga de Cooper.
Ele especificamente instruiu a tripulação a manter a escada abaixada durante o voo de fuga, e usou essa escada para fazer seu salto audacioso e desaparecer na noite chuvosa, enquanto o avião estava sobre uma área florestal no sudoeste de Washington, levando consigo o dinheiro do resgate e deixando para trás um rastro de perguntas.
O Desaparecimento
Após se lançar audaciosamente do avião, D.B. Cooper desapareceu nas densas florestas de Washington. As buscas pelo fugitivo foram extensas e envolveram várias agências, incluindo o FBI, polícia local e até mesmo voluntários. A área de busca foi vasta, cobrindo terrenos densos e florestais, dificultando significativamente os esforços para localizar qualquer sinal de Cooper ou do dinheiro do resgate.
Helicópteros, equipes de busca terrestre e cães farejadores foram mobilizados na tentativa de rastrear o fugitivo, mas o terreno acidentado e as condições climáticas adversas daquela noite de novembro complicaram a operação. Muitos consideram essa busca uma das mais extenuantes e desafiadoras da história da lei americana.
Ao longo dos anos, a busca por D.B. Cooper continuou, tanto oficialmente quanto por entusiastas e caçadores de recompensas, mas sem sucesso na localização de sua pessoa ou dos restantes valores roubados.
O desaparecimento provocou inúmeras especulações e teorias. Será que ele sobreviveu à arriscada fuga? Onde ele poderia ter escondido tanto dinheiro? Qual a identidade do criminoso?
Investigação e Teorias
O mistério de D.B. Cooper gerou extensas investigações e inúmeras teorias ao longo dos anos. Uma das teorias mais intrigantes sobre a identidade de D.B. Cooper sugere que ele poderia ter sido um ex-paraquedista militar.
Dada a natureza audaciosa e arriscada de sua fuga, muitos especulam que apenas alguém com treinamento especializado teria a habilidade e a coragem para saltar de um avião em movimento em uma noite chuvosa, enfrentando os perigos de aterrissar em uma densa floresta.
A precisão e o sucesso da evasão de Cooper levantaram suspeitas de que ele possuía conhecimentos avançados em paraquedismo e talvez tivesse experiência militar, o que o habilitaria a navegar por terrenos adversos e a evitar a captura.
Outra teoria proeminente no caso especula sobre seu possível envolvimento com organizações criminosas. Alguns investigadores e entusiastas do caso sugerem que a sofisticação e a ousadia do crime indicam que Cooper poderia ter tido apoio ou vínculos com grupos criminosos organizados.
Essa teoria sugere que tais organizações poderiam ter fornecido a Cooper recursos, informações e possivelmente até um refúgio após a execução do sequestro.
As especulações se intensificam quando se considera o fato de que, apesar das extensas buscas, nem Cooper nem a maior parte do dinheiro do resgate foram localizados.
Isso levou alguns a acreditar que ele tinha um plano de fuga bem estruturado e possivelmente cúmplices esperando para ajudá-lo a desaparecer.
Além disso, o modo meticuloso como Cooper planejou e executou o sequestro, suas demandas precisas e a audácia de seu escape sugerem um nível de experiência e conhecimento que poderiam ser associados a envolvimentos anteriores com atividades ilícitas.
Uma parte do dinheiro foi localizado
Em 1980, quase nove anos após o sequestro, um menino chamado Brian Ingram encontrou três pacotes degradados de dinheiro enterrados ao longo do rio Columbia, perto de Vancouver, Washington.
Os números de série das notas coincidiam com aqueles do resgate pago a D.B. Cooper, confirmando que o dinheiro encontrado era parte do montante que Cooper havia levado consigo ao saltar do avião.
Este achado reacendeu o interesse no caso e gerou novas especulações e teorias, mas, infelizmente, não levou à resolução do mistério ou à localização do criminoso.
Morre o principal suspeito
Diversos suspeitos foram investigados, porém, nenhuma prova concreta foi encontrada para identificar Cooper ou determinar seu destino.
Sheridan Peterson foi um dos vários indivíduos considerados suspeitos no caso ao longo dos anos. Nascido em 1926, Peterson era um veterano da Segunda Guerra Mundial e ex-funcionário da Boeing, uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo, com sede em Seattle, o que lhe daria conhecimento sobre aviões, potencialmente inclusive o Boeing 727 sequestrado.
Peterson também tinha experiência em paraquedismo, o que adicionou peso às suspeitas, dado que essa habilidade seria crucial para a execução do sequestro e fuga aérea de Cooper. O suspeito, segundo testemunhas, tinha entre 35 e 45 anos. Peterson tinha 45 no dia do sequestro.
Apesar dessas conexões e de sua presença na área na época do crime, não havia evidências conclusivas que vinculassem Peterson diretamente ao sequestro, e ele sempre negou qualquer envolvimento.
Ao longo dos anos, Peterson foi objeto de várias investigações e entrevistas, mas nunca foi formalmente acusado ou detido em relação ao caso. Ele faleceu por causas desconhecidas em 8 de janeiro de 2021, na Califórnia, aos 94 anos, levando consigo quaisquer segredos que poderia ter tido e mantendo o mistério de D.B. Cooper vivo.
Caso sem solução
Depois de 45 anos de investigação e cerca de 1000 suspeitos, o FBI encerrou oficialmente o caso em 2016, deixando um rastro de perguntas sem respostas.
Ainda assim, o caso continua a intrigar investigadores e entusiastas de mistérios, alimentando o imaginário popular e mantendo viva a busca por pistas que possam desvendar esse enigma.