A investigação sobre a venda ilegal de joias recebidas em viagens oficiais do ex-presidente Jair Bolsonaro ganhou um novo capítulo. O nome de Frederick Wassef, advogado do ex-presidente, foi identificado no recibo de recompra de um relógio Rolex nos Estados Unidos.
O relógio em questão teria sido um presente recebido por Bolsonaro em uma viagem oficial e, posteriormente, vendido ilegalmente no exterior. Após a revelação da investigação, Wassef emitiu uma nota afirmando ser vítima de julgamento injusto e negou qualquer envolvimento em operações desse tipo. No entanto, a investigação da PF se concentra na recompra, e não na venda do Rolex.
“Nada. Nunca vi esse relógio. Nunca vi joia nenhuma (…) Nunca na minha vida. Desafio a provarem isso. Falo e garanto”, afirmou Wassef na noite deste domingo (13) à colunista Andreia Sadi, da GloboNews.
Porém a Polícia Federal (PF) considera o documento uma “prova contundente” contra Wassef, conforme informações do colunista Valdo Cruz, também da GloboNews.
A PF planeja convocar Wassef para prestar depoimento e pretende esclarecer quem financiou a recompra do relógio e os métodos de pagamento utilizados. A investigação contará com a colaboração das autoridades norte-americanas, facilitando a obtenção de detalhes sobre os valores envolvidos na venda e recompra, bem como a forma de pagamento.
O Tribunal de Contas da União havia determinado a devolução do relógio à União, uma vez que não se tratava de um bem de natureza personalíssima. A equipe de Bolsonaro, por sua vez, afirmava que o Rolex estava no Brasil e seria devolvido. No entanto, assessores do ex-presidente estavam, na realidade, ganhando tempo até que o relógio fosse localizado e recomprado. A operação foi celebrada internamente como uma “missão cumprida”.