A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está desenvolvendo o projeto “Habitação Saudável” com o objetivo de tornar as casas em favelas mais agradáveis e saudáveis, utilizando soluções simples e acessíveis. A iniciativa, que começou há cerca de quatro anos, visa, principalmente, evitar a disseminação da tuberculose.
O projeto piloto foi implementado no Complexo de Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro, após a análise de dados sobre a incidência de tuberculose na área em 2019. “Identificamos que muitos casos ocorriam em regiões com maior vulnerabilidade socioeconômica, onde as condições de moradia favoreciam a transmissão da doença”, explica a pneumologista Patrícia Canto Ribeiro, da Fiocruz.
Originalmente, a proposta era reformar 40 casas na comunidade, criando modelos arquitetônicos de baixo custo para serem replicados. No entanto, a pandemia de covid-19 alterou os planos. A Fiocruz optou por capacitar 130 agentes comunitários e produzir material educativo, ensinando os moradores a fazerem melhorias em suas casas para melhorar a ventilação, iluminação e evitar problemas como infiltrações e mofo.
“Casas superlotadas e mal ventiladas são ambientes propícios para a transmissão de doenças respiratórias, como tuberculose, covid-19 e influenza”, destaca Ribeiro. Ela também ressalta que essas condições podem agravar problemas como asma e alergias.
Com o fim da pandemia, a Fiocruz planeja retomar a proposta original, oferecendo a assistência de arquitetos para avaliar e propor soluções para as casas. No entanto, o projeto precisa de financiamento para continuar. “Estamos buscando apoio de parlamentares para financiar a continuação do projeto e expandi-lo para outras comunidades”, afirma Ribeiro.
A especialista conclui enfatizando a importância da iniciativa: “Todas as pessoas têm direito a uma moradia digna e saudável”.