O Ministério Público de São Paulo (MPSP) abriu um inquérito para investigar possíveis práticas abusivas da empresa 123Milhas relacionadas ao cancelamento de voos e hospedagens e restrições no reembolso de valores pagos pelos consumidores. Uma audiência com representantes da empresa está agendada para 28 de agosto.
A decisão de instaurar o inquérito foi motivada pelo alto volume de reclamações contra a 123Milhas em plataformas online e no Procon. Foram registradas 973 queixas relacionadas aos temas abordados na investigação.
O MPSP solicitou que a empresa esclareça, em um prazo de 15 dias, se houve cancelamento de pacotes turísticos devido a falhas da 123Milhas, como a não transferência de valores para companhias aéreas e redes hoteleiras.
Em comunicado divulgado em 18 de agosto, a 123Milhas anunciou a suspensão das emissões de passagens e pacotes da linha Promo (com datas flexíveis) para embarques de setembro a dezembro de 2023. A venda desse produto já havia sido interrompida em 16 de agosto. Os outros produtos da empresa continuam inalterados.
A 123Milhas justificou a decisão citando fatores econômicos e de mercado desfavoráveis, como a alta demanda por voos, que mantém os preços elevados mesmo na baixa temporada, e a alta taxa de juros. A linha Promo representa 7% dos embarques da empresa em 2023.
A empresa garantiu que os valores pagos pelos produtos da linha Promo para embarques previstos de setembro a dezembro de 2023 serão reembolsados integralmente em vouchers. Estes terão correção monetária de 150% do CDI, valor acima da inflação e das taxas de juros do mercado. Os vouchers poderão ser usados por qualquer pessoa para adquirir outros produtos da 123Milhas.