Uma mulher de 63 anos, mãe de Idalina Scavassa Fernandes Neta, 31, assassinada a tiros com o companheiro, Fernando Augusto de Oliveira, 46, no dia 23 de junho em uma loja de comércio de motos na rua Bolívia, em Araçatuba, procurou a polícia para denunciar o sumiço de bens que pertenciam a filha.
A mulher foi acompanhada de um advogado no plantão policial para registrar um boletim de ocorrência de furto. Segundo ela, no estacionamento que a filha mantinha com o marido, havia cerca de 25 a 30 motos, que sumiram, sendo que ela conseguiu reaver apenas cinco.
A mulher disse ainda que praticamente todos os pertences da casa em que a filha morava também sumiram, incluindo bens de valores significativos, como joias e eletrodomésticos. A mãe da vítima estranha o fato dos familiares do ex-genro terem feito um registro de ocorrência de furto na residência do casal, sendo que os pertences do casal sumiram, mas não houve arrombamento do imóvel.
A mulher citou entre os itens que sumiram da casa, joias e perfumes da filha, além de duas geladeiras de quatro portas, dois frigobares, quatro televisores grandes, máquina de lavar roupas, churrasqueira elétrica, fogão industrial, dezenas de pares de calçados e relógios.
A declarante disse que ao questionar familiares do ex-genro, conseguiu reaver apenas cinco motocicletas e teta reaver o restante, mas disse que não está tendo retorno por parte de um familiar do ex-genro, o qual justifica que não havia notas fiscais das motos questionadas pela mulher.
Denúncia de furto
A residência do casal Fernando Augusto de Oliveira, de 46 anos, e Idalina Scavassa Fernandes Neta, de 31, assassinados a tiros na manhã da última sexta-feira (23), teria sido alvo de furto, conforme ocorrência registrada por um parente de Oliveira após o velório.
O boletim de ocorrência foi registrado no dia 28 de junho na Polícia Civil com base na ocorrência policial militar do dia 24, quando um familiar, após o velório e enterro do casal, alegou que a chave da residência das vítimas havia sumido.
Ele afirma que foi até a casa, que fica na rua Bolívia, no bairro Planalto, e percebeu que o imóvel estava todo revirado e não havia sinais de arrombamento. Os fios das câmeras do sistema de segurança estavam todos cortados. No imóvel, o familiar deu falta de várias joias e relógios.
17 tiros
A dupla suspeita de matar o casal a tiros dentro da loja de motos efetuou pelos menos 17 disparos contra as vítimas, segundo a Polícia Civil. O crime ocorreu no bairro Vila Industrial, em Araçatuba (SP). Suspeitos já foram identificados.
Fernando e Idalina receberam os primeiros socorros, mas não resistiram aos ferimentos. Segundo o delegado Getúlio Nardo, dois homens entraram no estabelecimento, atiraram e fugiram em uma motocicleta.
“Ao menos 17 disparos foram efetuados. A gente observou isso pela câmera de segurança de um vizinho. O ‘cara’ errou muitos tiros, porque tem na parede, no portão, mas os disparos foram pra acertar. Foi uma execução, tanto que tinha um funcionário que saiu ileso, mas completamente abalado. Ele foi socorrido para o pronto-socorro”, afirma.
Ainda conforme o delegado, Fernando era dono do estabelecimento e tinha passagens pela polícia, inclusive por porte ilegal de arma de fogo. “Percebemos que o Fernando também estava praticando agiotagem, porque tinha muita nota promissória na loja. É até estranho porque os cheques estavam tudo em gaveta. A hipótese de roubo foi descartada pela brutalidade e porque nada foi subtraído. No pescoço da vítima havia corrente de ouro”, diz.
A Polícia Civil continua investigando o caso.