Walter Delgatti, o hacker envolvido no escândalo Vaza Jato, está buscando um acordo de delação premiada dentro do escopo das investigações sobre um ataque ao site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele promete trazer à tona detalhes sobre serviços que afirma ter prestado à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) durante o período eleitoral de 2022, bem como esclarecer seu contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro. As informações são da Andréia Sadi e Octavio Guedes, do g1.
Delgatti alega ter tentado fraudar urnas eletrônicas a pedido de Zambelli. Como evidência, forneceu extratos de pagamentos bancários que supostamente ligariam a deputada aos serviços prestados por ele. Zambelli, por sua vez, negou qualquer vínculo profissional com Delgatti.
O hacker também se propõe a descrever o conteúdo de uma conversa que afirma ter tido com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, bem como um suposto contato com o ex-presidente intermediado por Zambelli. Delgatti diz ter sido instruído por Bolsonaro a acessar o código-fonte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o e-mail de Alexandre de Moraes, ministro do STF, prometendo-lhe um indulto caso algo acontecesse.
Assessores de Bolsonaro rejeitam qualquer relação do ex-presidente com Delgatti e insistem que qualquer contato entre eles foi a pedido de Zambelli.
Delgatti afirma ter participado de uma conversa com Bolsonaro sobre uma possível ruptura institucional, mas a defesa do hacker se recusou a comentar sobre o conteúdo dessas alegações.
Investigadores da Polícia Federal concordam que Delgatti pode esclarecer detalhes de investigações em andamento, mas ressaltam que qualquer acordo de delação premiada deve ser corroborado por provas que confirmem as alegações.