A sobrinha e o irmão de Rubens de Oliveira Costa, o homem de 53 anos que pegou uma criança por engano na escola municipal Camila Tomashinsky na última segunda-feira (21) em Araçatuba, falaram com a reportagem do RP10 para esclarecer o assunto e expor o problema que ele tem.
O irmão de Rubens, Luiz Carlos de Oliveira Costa, explicou que ele sofreu uma falta de oxigenação durante o parto que o deixou com sequelas, resultando em problemas mentais. Ele toma dois medicamentos fortes, três vezes ao dia: Gardenal e Carbamazipina. Apesar da idade, ele age como uma criança, tem problemas de memória, mas é muito prestativo e sabe realizar várias tarefas domésticas.
A sobrinha, Bruna Santos Costa, explica que quando ela era criança, ele a buscava na mesma escola onde ocorreu a confusão na segunda-feira. “Meu tio é uma criança, não vê maldade em nada. Aqui no bairro ele ajuda toda a vizinhança. Varre quase todo o quarteirão, limpa alguns quintais quando é chamado para ajudar. Ele também auxilia uma vizinha cadeirante a ir ao mercado e à unidade de saúde quando ela pede ajuda”, explicou.
Ameaça
Devido ao engano e à confusão que aconteceu na escola na última segunda-feira, Rubens passou a ser ameaçado e quase foi agredido na rua. Diante do problema, a família o levou para um sítio na zona rural, mas ele está incomodado e quer voltar para a cidade, onde tem convívio diário com vizinhos no bairro onde mora há mais de 30 anos e é muito querido.
O caso
Bruna tem um filho chamado Davi, o qual estuda na escola Camila Tomashinsky. Devido ao trabalho, o pai dela é quem busca a criança na escola. Na segunda-feira, o pai estava internado e não teria alta.
O menino teve febre durante a tarde. A escola ligou para a mãe, que o buscou. Sem saber, o avô do menino (pai de Bruna) telefonou para um vizinho, pedindo para avisar Rubens que deveria pegar Davi na escola.
Rubens foi até a escola e disse que foi buscar o Davi. A pessoa que estava na portaria chamou pelo Davi, e quem apareceu foi outro aluno chamado Davi, que não era filho de Bruna e sobrinho de Rubens. A pessoa teria perguntado se ele conhecia Rubens, e o menino respondeu que era o “tio”. Diante da resposta, a criança foi entregue a ele.
Quando o pai deste Davi foi buscá-lo, descobriu que alguém já havia pego o menino. Diante da situação, começou uma grande mobilização nas redes sociais. Imagens cedidas pelo supermercado Rosa Felipe, que mostravam Rubens passando pelo local com o menino no colo, começaram a circular na internet e chegaram até os guardas municipais Evandro e Mota.
Evandro foi quem viu Rubens com Davi no colo na rua São Benedito. Ele parou no local e uma vizinha estava conversando com Rubens, informando que aquele menino não era o Davi, sobrinho dele. A partir deste momento, o caso começou a ser elucidado, para alívio da família de Davi, que estava considerando-o desaparecido.
Na delegacia o delegado percebeu a confusão e constatou que Rubens é pessoa inimputável, e o liberou após registro da ocorrência, que ficou como não criminal.