Na manhã desta quarta-feira (9), a Polícia Federal deflagrou a operação ‘Constituição Cidadã’, culminando na prisão preventiva de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Vasques é investigado por supostas interferências nas eleições de 2022, com ênfase nas ações da PRF realizadas no dia do segundo turno, em 30 de outubro de 2022.
A operação, que mobilizou a PF em diferentes regiões do país, visa apurar crimes de prevaricação, violência política e atos que possam ter atrapalhado o processo de votação. Durante o período eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia proibido operações policiais que pudessem interferir na locomoção de eleitores. Contrariando essa determinação, a PRF, sob comando de Vasques, realizou mais de 500 operações, principalmente no Nordeste.
A região Nordeste se destacou por concentrar 47% das abordagens no dia da votação, somando 2.185 ônibus parados. O ministro da Justiça, Flávio Dino, considerou o volume de abordagens “atípico”, ressaltando que o número supera as operações totais em alguns estados durante o ano inteiro.
Vasques já havia sido alvo de controvérsias em novembro de 2022, tornando-se réu por improbidade administrativa. A acusação do Ministério Público Federal (MPF) apontava o uso indevido de seu cargo para favorecer um dos candidatos presidenciais. Apesar do pedido de afastamento do MPF, a Justiça optou por mantê-lo no cargo.
Atualmente, a PF segue investigando a atuação da PRF nas eleições, enquanto a própria PRF revisa e anula decisões de arquivamento de investigações internas relacionadas ao caso.