Os Estados Unidos estão passando por uma das mais severas crises de desabastecimento de medicamentos em sua história. Uma pesquisa recente da ASHP (Sociedade Americana de Farmacêuticos do Sistema de Saúde) revelou que quase todos os profissionais de saúde (99%) enfrentam escassez de medicamentos, com uma preocupante falta de quimioterápicos, vitais para pacientes com câncer.
A situação é ainda mais alarmante quando se considera que os medicamentos em maior escassez são os genéricos, que teoricamente deveriam ser mais acessíveis e disponíveis. A concentração do mercado, dominado por poucas empresas, é apontada como uma das principais causas do problema.
Mariana Socal, pesquisadora da Johns Hopkins University e especialista no tema, destaca que a escassez não é um fenômeno novo, mas tem se agravado ao longo dos anos. “Diariamente, os hospitais têm problemas de falta de medicamentos”, afirma. Ela também ressalta a influência da lógica de mercado na saúde dos EUA, onde poucos distribuidores controlam a maior parte do mercado, forçando os preços a níveis insustentáveis para os fabricantes.
A substituição dos medicamentos em falta por alternativas pode trazer riscos significativos para os pacientes, incluindo a administração de medicamentos menos eficazes, com mais efeitos colaterais ou mesmo erros médicos devido à falta de familiaridade com os substitutos.
O deputado republicano Morgan Griffith, que preside o Comitê de Energia e Comércio da Câmara, expressou sua preocupação com a situação, criticando os grandes grupos de compra que controlam a vasta maioria do mercado de abastecimento médico.
Enquanto uma solução não é encontrada, pacientes e profissionais de saúde continuam a enfrentar os desafios e riscos associados à escassez de medicamentos, com consequências potencialmente fatais para os mais vulneráveis.