Hélio Consolaro*
Prefeito de uma cidade é como Deus, não tem sossego, em toda parada no município se enche de pedidos. Tirar alguns dias de sossego tem que ser noutro município ou noutro estado, para não dar de cara com deputado ou governador.
Assim aconteceu com o prefeito Dilador Borges e sua Deomerce (esposa), iam para Aparecida, pelo Caminho da Fé, saindo de Minas Gerais (ele é mineiro). Isso ocorreu no município de Pouso Alegre. Ele diz que trabalha 24 horas, mas não é tanto assim, apenas uma hipérbole, um exagero.
Dois mocinhos numa aventura: septuagenários. Deixando Edna Flor (vice) treinando para ser a próxima prefeita. Foi uma surpresa: o prefeito passeando, ou pagando promessa.
Todos têm direito a férias, sair do redemoinho que é o gabinete de prefeito. Mas opositores andam dizendo que foi castigo de Deus, Dilador saiu às escondidas, aconteceu o acidente; mas a oposição fala qualquer coisa de qualquer prefeito, tem a boca frouxa. Ainda bem que estava acompanhado pela esposa. Senão…
Mas um caso puxa o outro, há um casal amigo que estava belo e folgado num resort na Bahia, quando, não mais que de repente, encontra o então prefeito Cido Sério veraneando por solos baianos. Segundo relato, estava mal-acompanhado.
Mainha, painho, coisa e tal. Não foram visitar nenhum pai-de-santo. Confesso que não perguntei quem era a companhia do então prefeito. Pá de cá, pá de lá, vocês por aqui, que coincidência. Boca calada! Calou mesmo, até este cronista guardou segredo. Mas todos conheciam as puladas de cerca do então prefeito.
Aí surgiu a história de Dilador e Deomerce passeando no estado de Minas. Este cronista boca-frouxa (hoje menos), não ia deixar as histórias em segredo. Se vou falar do PSDB (ou direita), entrego também o PT (ou esquerda); no cotidiano, a diferença é pouca.
Não repreendo nenhum dos dois, não tenho moral de jogar a primeira pedra, mas que é engraçado, isso é! Exemplos que servem para uma boa gargalhada.
Vereança não é diferente, vereadores em veraneio é uma desgraça, principalmente para os cofres públicos. Bastam ter um pouquinho de grana a mais no bolso que as safadezas aparecem. E cargos de confiança? Nossa… A humanidade não tem salvação, corrupto sempre é o outro.
E tais coisas não acontecem só em Araçatuba. Neste vale de lágrimas, cada ser humano, feminino ou masculino, peca a cada centímetro. Quem bate no peito se dizendo santo é hipócrita.
Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Membro das academias de letras de Araçatuba-SP, Andradina-SP, Penápolis-SP e Itaperuna-RJ.