O pecuarista Antônio Maia, irmão do piloto e também pecuarista Garon Maia Filho, morto em um acidente aéreo no início da noite de sábado (29) junto com o filho de 12 anos, disse, em uma mensagem encaminhada a amigos, que por poucos metros Garon não conseguiu pousar em uma área de pastagem, evitando a tragédia.
Conforme o texto de Antônio Maia, que também é piloto, a região onde o acidente ocorreu possui uma transição de terreno, uma pequena serra, com mata e algumas aberturas de pastagens.
Garon teria curvado à direita, sentido a uma abertura de pastagem, a mais limpa ao redor, segundo relatos de sitiantes, que depois viram o avião perdendo altura e, infelizmente, por alguns metros, não conseguiram pousar no pasto. “O avião caiu estolado (com perda de sustentação) dentro da mata”, disse Antônio.
O irmão afirmou, ainda, que Garon e o filho estavam com pressa por causa do pôr do sol. Eles saíram da Fazenda Uberaba, no município de Comodoro (MT), para abastecer a aeronave em Vilhena (RO), pegar uma pizza e retornar para a propriedade no Mato Grosso.
“Eles abasteceram e até deixaram a pizza para trás, pois estava demorando muito e se esperassem não iriam chegar a tempo na fazenda!”, disse Antônio. “Somente Deus e talvez as autoridades possam nos dizer oque pode ter acontecido nesse voo, um voo de rotina para meu irmão”, completou, dizendo que o voo teria um total de oito minutos.
Pai e filho voaram cinco minutos e, repentinamente, desapareceram. Na mensagem enviada a amigos, Antônio Maia disse pensar em “perda de potência, suspiro entupido, combustível ou alimentação”, para justificar a causa do acidente. “Não sei, somente especialistas poderão descobrir”.
No texto, Antônio Maia afirma, ainda, que estava fora do Brasil com a família e, desde o domingo (30), estão em trânsito para chegar em Guarulhos (SP) e depois Campo Grande (MS) para se despedir de seu irmão, a quem se refere como “meu grande companheiro, excelente aviador, fizemos muitas missões juntos e vivemos ótimos momentos”, e do sobrinho. “Mais dificil ainda despedir do meu amado sobrinho Kiko que parte tão cedo!”.
O pecuarista agradeceu aos amigos, familiares e à comunidade de aviadores, pelas mensagens de condolências e carinho. “Nosso momento é de extrema tristeza, meu coraçao está em pedaços! Vou dedicar todo amor que eu tinha por eles para Clarinha, irmã do Kiko, que ontem perdeu o pai e o irmão nessa tragédia! Que Deus receba meu irmão e sobrinho queridos na sua Casa!, finalizou.
Os corpos do pecuarista Garon e de seu filho, Francisco estão sendo velados na capela do cemitério Parque das Primaveras, em Campo Grande (MS). O sepultamento está previsto para a terça-feira (1º), em horário ainda a ser definido pela família, já que alguns familiares do pecuarista estão em viagem fora do Brasil.
A família divulgou uma nota oficial nesta segunda-feira, pedindo respeito pelo luto e amparo para enfrentar a perda.