Um morador de Piacatu, que estava preso sob suspeita de ter ateado fogo na esposa durante um churrasco, foi solto por determinação da Justiça nesta segunda-feira (3). Ele estava na cadeia de Penápolis desde o dia 5 de maio e recebeu o alvará de soltura hoje. O pedido de revogação da prisão, feito do Ministério Público, foi acatado pelo juiz de direito João Alexandre Sanches Batagelo, da Vara Única de Bilac. Maria José Rodrigues, de 56 anos, foi socorrida em estado grave e morreu na Santa Casa de Araçatuba em 21 de maio.
Para a decretação da liberdade, o magistrado impôs o cumprimento das seguintes medidas cautelares ao averiguado:
- Comparecimento mensal em juízo para informar e justificar atividades;
Proibição de ausentar-se da Comarca sem autorização judicial;
Proibição de manter contato com os familiares da vítima, por qualquer meio;
Recolhimento domiciliar no período noturno, das 20h às 06h, e nos dias de folga.
O advogado criminalista Flávio Bastistella, de Araçatuba, que defende o acusado, já havia entrado com pedido de Habeas Corpus e aguardava decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo. De acordo com Batistella, o seu cliente é primário, possuí bons antecedentes, moradia fixa e emprego, quesitos que possibilitam responder ao procedimento investigatório em liberdade.
Churrasco
O caso em questão ocorreu em 30 de abril em Piacatu. Em depoimento à polícia, o marido disse que a vítima se feriu ao acender uma churrasqueira com álcool. Na versão dele, após uma explosão e o fogo teria alastrado para o corpo da mulher. Ele também contou que tentou controlar as chamas com a mão e jogou a vítima no chão. Em seguida, a levou para o banho e aplicou medicamento. No momento, apenas os dois estavam em casa.
Durante a madrugada, a mulher reclamou de muita dor e o marido a levou para a Santa Casa de Araçatuba. À polícia, o homem negou que o casal tenha discutido e disse que não procurou socorro médico imediatamente porque a companheira não quis.
A Polícia Civil passou a investigar o caso e descobriu que além de queimaduras na face, barriga, tórax, costas e região pélvica, a mulher estava com o maxilar fraturado. Além disso, uma filha da vítima contou que a mulher já teria sido agredida pelo companheiro, o que levantou a suspeita de violência doméstica.
De acordo com o advogado Flávio Batistella, o homem nega que tenha ateado fogo na mulher. O criminalista observa que, se houve algum tipo de fratura, esta pode ter ocorrido durante o socorro, procedimento que também deixou o averiguado com queimaduras.