O Centro de Apoio Operacional Criminal (CAOCRIM) e o Núcleo de Inteligência e Gestão do Conhecimento (NIGC) compilaram, em um mapa de Business Intelligence (BI), dados sobre ocorrências envolvendo tráfico de drogas na capital e na Grande São Paulo, reunindo informações no período compreendido entre 1º de janeiro de 2020 e 26 de fevereiro de 2023.
Esse mapeamento auxilia o promotor no planejamento de ações de prevenção e repressão à criminalidade e a Procuradoria-Geral de Justiça prepara agora o mesmo recurso com informações sobre todas as regiões do Estado.
Em São Paulo, a esmagadora maioria dos crimes (68%) se enquadra no artigo 33 da Lei nº 11.343, que estabelece pena de 5 a 15 anos de prisão a quem importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas. Nos 32 municípios que integram a Grande São Paulo, esse delito representou 58,9% do total registrado.
O BI traz ainda números de casos em que alguém ofereceu droga a pessoa de seu relacionamento e também os referentes à indução, instiga ou ao auxílio para uso indevido de substância ilícita.
Segundo o secretário especial de Políticas Criminais do MPSP, Arthur Pinto de Lemos Junior, a ferramenta permite verificar se a ocorrência é habitual numa dada localidade e quantos crimes de tráficos de drogas ocorreram no mesmo espaço, garantindo uma visualização que vai além do caso concreto e subsidiando a atuação das autoridades.
“Pretendemos manter a plataforma atualizada, o que também confere o monitoramento do movimento e da dinâmica do tráfico. Sabemos que a ocorrência normalmente corresponde a uma prisão em flagrante, que representa apenas uma ponta de um grupo criminoso caracterizado por determinado nível de organização e sofisticação”, explicou.