Em audiência de custódia, a Justiça de Araçatuba (SP) concedeu nesta quinta-feira (27) prisão domiciliar a uma mulher presa ontem em flagrante com 1010 pinos de cocaína. A Justiça levou em conta o fato de a indiciada ter um filho de 10 anos que depende dela, de não registrar antecedente criminal grave e a decisão de tribunais superiores acerca da prisão de mães com filhos menores de 12 anos.
O pedido de liberdade provisória e de prisão domiciliar havia sido feito pelos advogados de defesa da indiciada, Flávio Batistella e Daniel Madeira. O Ministério Público, por sua vez, representou pela prisão preventiva da mulher. Após analisar o caso, a juíza de direito Karina Akemi Nakayama converteu a prisão em flagrante em preventiva e concedeu a domiciliar.
A indiciada terá que cumprir as seguintes medidas cautelares: comparecimento mensal em juízo para informar e justificar atividades; caso haja mudança de endereço, o juízo deverá ser imediatamente comunicado, hipótese em que a prisão deverá ser cumprida no novo domicílio. “A indiciada fica advertida de que o descumprimento das condições poderá implicar na revogação da prisão domiciliar e decretação da prisão preventiva”, escreveu a magistrada na decisão.
Prisão
A prisão foi feita pela Força Tática da Polícia Militar na tarde dessa quarta-feira. A mulher foi abordada na garupa de uma motocicleta transportando uma sacola lacrada contendo os 1010 pinos com cocaína. A acusada admitiu o crime e disse que estava realizando o transporte para pagar uma dívida que tem com um traficante da cidade.
A abordagem realizada pela PM ocorreu na avenida Dois de Dezembro. Os policiais da Força Tática desconfiaram da passageira da moto após esta demonstrar certo nervosismo com o acompanhamento da viatura. De acordo com os PMs, a mulher virou a cabeça bruscamente para o outro lado e tentou esconder a sacola que levava entre as pernas.
A motocicleta foi abordada e os policiais descobriram que quem pilotava era um motorista de aplicativo de motos. Ele foi revistado e nada de ilícito foi encontrado. O rapaz disse que havia sido chamado por meio do aplicativo e que a passageira seguia do bairro Antônio Vilela para uma estrada que fica na divisa entre os bairros São José e Porto Real.
Durante a abordagem a mulher começou a chorar e admitiu que transportava droga na sacola. Os PMs abriram e embrulho e encontraram as centenas de pinos, além de uma porção avulsa da droga e um celular. A acusada foi presa e levada para o plantão policial. Na delegacia, ela disse que sabia sobre o transporte da cocaína, mas que não sabia da quantidade de pinos.
Em interrogatório, acompanhada dos advogados, a mulher disse que é dependente química há cerca de 5 anos e que possuí uma dívida de droga com um traficante que não pode relevar o nome por questão de segurança. Este criminoso solicitou que a mulher levasse a sacola com a droga em troca da quitação de parte da dívida, o que foi aceito.
A indiciada ainda disse que receberia R$ 100 pelo serviço. Na delegacia, a acusada chorou muito e disse que estava desesperada por ter um filho de apenas 10 anos para criar. Com a decisão da justiça, a indiciada foi liberada da cadeia para cumprir a prisão domiciliar.