A 4ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital denunciou o casal dono de uma escola situado no bairro da Vila Mariana acusado de praticar atos de tortura contra alunos. Na mesma oportunidade, a promotora Gabriela Belloni pediu que a prisão temporária de ambos seja convertida em preventiva e ainda que os autos sejam desmembrados, com instauração de inquérito policial suplementar para apurar a eventual participação ou omissão de funcionários da escola em relação aos fatos, bem como possíveis delitos cometidos contra outras vítimas.
Segundo a denúncia, o casal contou com o apoio de duas subordinadas adolescentes para punir as crianças que não comiam o alimento dado, choravam muito ou não se comportavam da forma tida como adequada. Os alunos eram levados a uma sala escura, sem janelas ou com janelas fechadas, onde eram mantidas de castigo por longos períodos sem comer, beber água ou ir ao banheiro, e com a porta de entrada fechada.
“Algumas crianças choravam muito e pediam para sair ou, cansadas de ficar em pé, acabavam dormindo com as cabeças encostadas na parede, exaustas”, diz Gabriela na denúncia. Ainda de acordo com ela, os denunciados muitas vezes gritavam e eram agressivos com as crianças, repreendendo-as de forma ríspida. Outro castigo utilizado pelo grupo criminoso era amarrar a criança em um poste no pátio da escola, com as próprias roupas, obrigando-a a permanecer por horas naquela posição. Ao menos inicialmente, a Promotoria apontou a existência de dez vítimas.
Os proprietários da escola poderão responder por crimes de tortura em caráter continuado e com concurso de pessoas.