A agência Fitch Ratings, uma das três principais agências de classificação de risco no mundo, elevou a nota de crédito do Brasil de BB- para BB com perspectiva estável. A agência justificou a decisão citando um desempenho macroeconômico e fiscal do país melhor do que o esperado, mesmo diante de sucessivos choques nos últimos anos.
A nota de crédito, ou classificação de crédito, é uma avaliação sobre a capacidade e a disposição de um emissor de dívida de cumprir com os termos de um compromisso financeiro. No caso dos países, esta avaliação impacta diretamente a atração de investimentos e as condições de empréstimos no cenário internacional.
Em 2018, o Brasil havia sido rebaixado para o patamar BB-, um nível que indica uma perspectiva negativa para investidores. A atualização para BB representa um avanço significativo, sinalizando uma perspectiva mais estável para a economia brasileira.
Segundo a Fitch, “políticas proativas e reformas” têm apoiado o progresso macroeconômico do Brasil, e a agência expressa a expectativa de que o novo governo continue a trabalhar para melhorias adicionais.
O relatório também ponderou sobre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que, embora o governo defenda “um afastamento da agenda econômica liberal dos governos anteriores”, espera-se que desvios sejam contidos pelo “pragmatismo e pelos freios e contrapesos institucionais”.
A Fitch ainda observou que a posição fiscal do Brasil está se deteriorando em 2023 após uma melhora anterior, mas espera-se que novas regras fiscais e medidas tributárias ancorem uma consolidação gradual. Apesar de a agência projetar um aumento da dívida/PIB, ela espera que este crescimento seja mais lento e parta de uma base melhor do que o previsto anteriormente.
Governo comemora
O Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, disse em nota que “reitera seu compromisso com a agenda de reformas em curso, que contribuirá não apenas para o melhor balanço fiscal do governo, mas também levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito, ao mesmo tempo em que assegurará a estabilidade dos preços”.
“Desta forma, serão criadas as condições para a ampliação dos investimentos públicos e privados e a geração de empregos, aumento da renda e maior eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do país”, diz o governo federal.
“A melhora no rating leva em consideração não apenas ações já ocorridas, mas também a expectativa quanto à capacidade e vontade do país em prosseguir com a agenda de reformas econômicas”, prossegue a nota da Fazenda. “Destaque para a reforma em impostos sobre consumo, que está em tramitação no Congresso Nacional e que enfrenta um dos maiores gargalos de competitividade do Brasil, simplificando um sistema altamente complexo e eliminando distorções que alimentam a má alocação de capital.”