A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou a Fugini, dois sócios e um funcionário responsável pelo controle técnico de qualidade dos produtos por crime contra a relação de consumo, na sexta-feira (2). A empresa ainda foi notificada administrativamente. Segundo o g1, o inquérito policial investigou denúncia de consumidores que teriam comprado molhos de tomate com fungos e ovos de parasitas em estabelecimentos comerciais de Viamão.
Ao g1, a Fugini informou que ainda não havia sido notificada sobre o indiciamento. Sobre os molhos que passaram por perícia, comunicou que “os produtos analisados estavam com a embalagem aberta desde dezembro. (…) Além disso, uma das amostras analisadas estava até mesmo com o prazo de validade expirado”.
Amostras de três molhos de tomate coletadas em dezembro do ano passado foram analisadas pelo Instituto Geral de Perícias. E ainda outras, coletadas lacradas pela Vigilância Sanitária, foram remetidas ao Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen-RS).
Segundo o material da perícia recebido pela polícia, o exame indicou que as amostras tinham estruturas fúngicas filamentares (bolor e mofo), além de bactérias e fragmentos de ovos de parasitas.
“Os peritos destacam que possivelmente as colônias de fungos são advindas de contaminação e que o consumo de alimentos contaminados por fungos não é adequado. Não há dúvidas, portanto, de que as amostras macroscópicas contendo fungos e ovos de parasitas são prejudiciais à saúde humana e os molhos eram impróprios para consumo”, explicou a delegada Jeiselaure de Souza.
A polícia informou que os molhos tinham apresentações finais e lotes diferentes, mas eram da mesma empresa, com sede em São Paulo. Segundo a delegada, há relatos de outros casos semelhantes em diversas cidades do estado. “Acredita-se que há subnotificação do número de casos registrados”, explica.
Para a delegada, mesmo que o material encontrado nos molhos estivessem dentro dos valores de referência tolerados pela Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os fragmentos de insetos identificados demonstram falhas nas boas práticas pela empresa.