Agentes da Polícia Federal (PF) cumprem mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao senador Marcos do Val (Pode-ES) na tarde desta quinta-feira (15). Ele é alvo de investigação aberta após ter denunciado que se envolveu em uma trama golpista que envolvia o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Menos de 24 horas após a denúncia, feita nas redes sociais em fevereiro, o senador se desmentiu e mudou a versão da história contada, tentando tirar a responsabilidade de Bolsonaro sobre o plano, que envolvia gravação de conversas com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A operação desta quinta foi autorizada pelo próprio Moraes, que determinou abertura de investigação sobre o caso logo após as manifestações do senador em fevereiro. Do Val é suspeito de praticar os crimes de falso testemunho, denunciação caluniosa e coação.
A Polícia Federal, em nota que não cita o nome de Marcos do Val, afirmou que as buscas acontecem “em endereços ligados a senador da República” em Brasília (DF) e Vitória (ES).
Segundo o portal Metrópoles, a PF chegou a pedir que o senador fosse afastado do mandato, mas a solicitação foi negada pelo ministro do Supremo, que autorizou apenas as buscas.
A investigação em andamento está ligada com os inquéritos sobre os atos antidemocráticos. O jornal Correio Brasiliense apurou que Moraes determinou o bloqueio das redes sociais do senador, que é acusado de envolvimento com atos extremistas, mas por volta de 16h30 desta quinta as páginas continuavam ativas.
Na última segunda-feira, Marcos do Val publicou vídeo que, pelo entendimento dele, ajudava a mostrar a inocência dos “patriotas” envolvidos nos acampamentos golpistas: as imagens mostram um grupo recebendo vários pacotes de carne na mobilização golpista em Brasília.
A divulgação foi comemorada por senadores governistas. Em meio às investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, as imagens serão usadas para ajudar a identificar os responsáveis.