A expectativa de vida ao nascer do brasileiro em 2021 era de 77 anos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na década de 80, a expectativa de vida das mulheres era de 71 anos e a dos homens, 64,8 anos. A mulher comumente vive mais que o homem … O aumento dessa expectativa de vida pode gerar a chamada “idade psicológica”, ou seja, aquela que a pessoa acredita que tenha, ainda que a idade cronológica ou a certidão de nascimento a desminta. É a sensação de estar sempre jovem.
Perguntar para alguém a idade, atualmente, pode até soar como ofensa. O avanço da ciência é um fator preponderante para o aumento da expectativa de vida. A prevenção de doenças, tratamentos avançados na área da saúde, medicações inovadoras, cirurgias estéticas … Tudo caminha para que os humanos passem a ser centenários. A adoção de políticas públicas relacionadas ao saneamento básico melhora a qualidade de vida do homem e contribui para a longevidade.
A prática de atividade física, boa alimentação, bom humor, projetos de lazer, trabalho prazeroso, família saudável, amigos e relacionamento social, são fatores que também influenciam positivamente para o aumento da longevidade. O estar “ativo”, em todos os sentidos, é motivacional. Tem até aquela piada para os “jovens psicológicos”: “parecem com caminhão de cana; a carroceria é velha, mas a documentação é nova”.
As estatísticas comprovam que a população mundial está envelhecendo, por consequência, os jovens estão diminuindo. Poupar e fazer uma reserva financeira é importante para enfrentar a velhice. Paralelo à sensação da eterna juventude, tem-se o fenômeno do chamado “alargamento da juventude” ou como diz o filósofo Pondé, a slow life strategy (estratégia lenta de vida). Fazem parte desse estilo de vida pessoas adultas, comumente com mais de 30 anos de idade, que não trabalham, não estudam, não assumem responsabilidades, não tomam decisões e são dependentes financeiramente dos pais.
Esse “modo de vida” é recente, mas está aumentando progressivamente, causando preocupação, porque pode eternizar como jovem e imaturo, um adulto acomodado ou alienado. Esse fenômeno pode ter como causa a evolução (ou involução) da sociedade, a forma de educar dos pais ou mesmo aspectos econômicos ou sociais. Desse modo, cabe a cada um a reflexão sobre a necessidade ou não de mudança sobre a slow life strategy. Vida longa a todos e não se acomodem!
*Adelmo Pinho é promotor de justiça em Araçatuba e articulista do RP10