A Justiça de Araçatuba recebeu nesta quinta-feira (22) denúncia do Ministério Público contra pai e filho acusados de tentarem matar o líder comunitário Damião Brito, no dia 3 de abril, na rua Baguaçu, em frente à Samar. Ambos estão presos desde o dia 12 de abril depois que se apresentaram à Polícia na companhia de um advogado.
Com o aceite da denuncia o magistrado determinou a citação dos réus para que em 10 dias apresentem por escrito as provas pretendidas e documentos se for o caso, bem como testemunhas a serem arroladas se houver. Caso não tenham advogado constituídos poderão optar pela Defensoria Pública.
Na ocasião, Brito conversou com a reportagem do RP10 e contou o corrido. Disse que foi vítima de uma emboscada ao pegar pai e filho, Jair Rossi dos Santos e Patrício Ferreira dos Santos, para receber uma dívida. Vítima e autores tinham acertos referentes ao distrato da venda de um imóvel no bairro Jussara.
Jair pediu para que ele o buscasse para irem ao banco. Eles combinaram de se encontrar na rua Baguaçu, ao lado da Unip. Brito foi o local onde pegou pai e filho. Os dois entraram no carro, o pai no banco traseiro e o filho no dianteiro.
“Assim que sai com o carro, o passageiro que estava atrás colocou uma faca no meu pescoço. Pensei que fosse uma brincadeira, mas ouvi o filho dele gritando: mata! mata!”, contou o líder.
Ele tentou se defender e segurou a faca, e acabou tendo um dedo decepado. “O rapaz que estava do meu lado também estava com uma faca. Abri a porta do carro pra pular e fiquei enroscado levando facadas na mão, foram mais de 15”, lembrou. Brito também levou a facada no pescoço.
Patrício, que estava no banco dianteiro, assumiu o volante do carro de Brito e o arrastou por vários metros, até ele escapar. Segundo a vítima, os criminosos voltaram como carro para tentar atropelá-lo, mas ele já estava sobre a calçada, onde ficou até ser resgatado pelo Samu. Depois fugiram com o carro do líder comunitário, encontrado posteriormente na zona rural de Birigui.
Pais e filho também deram entrevista ao RP10 antes de serem presos. Eles negam a tentativa de homicídio e Jair disse que achou a faca no assoalho do carro, e a usou para defender seu filho, porque ele e Brito teriam se desentendido e entrado em luta corporal.
Eles contaram que fugiram do local com medo de serem linchados e ficaram escondidos embaixo de uma ponte após abandonarem o carro, até pedirem ajuda a um advogado. Eles alegam que o desentendimento se deu por discordância no distrato da venda de um imóvel o qual tinham comprado de Brito.