Em julgamento ocorrido nesta quarta-feira (14), a Justiça de Araçatuba decidiu pela internação em um hospital psiquiátrico do réu Hélio Miranda Fernandes, 57 anos, condenado por dupla tentativa de homicídio contra a mulher e a enteada de 13 anos em crime ocorrido em 2019. Ao invés de cumprir pena em uma penitenciária, a Justiça determinou a remoção de Hélio para uma unidade de saúde, isso porque a defesa dele apresentou um laudo que comprova transtorno mental que o torna inimputável.
A internação deverá ocorrer por um período de dois anos. O Ministério Público não vai recorrer da decisão. O laudo, assinado pelo médico Felipe Machado, perito do Imesc (Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo), aponta que Hélio não tinha noção do que estava fazendo quando cometeu os crimes.
Em 4 de março de 2019, Hélio tentou matar a mulher e a enteada que na época tinham, respectivamente, 45 e 13 anos de idade, a golpes de marreta. Os crimes ocorreram na casa onde as vítimas moravam com o réu, na rua Orestes Bertachini, bairro Planalto. Achando que havia matado vítimas, que ficaram desmaiadas após a agressão, o réu fugiu de casa com uma moto, mas foi preso dias depois. Socorrida em estado grave, a companheira do acusado passou cinco dias internada na Santa Casa. A adolescente também passou por atendimento e foi liberada.
Segundo informações do boletim de ocorrência, a esposa do autor queria a separação, mas ele não aceitava o término. As agressões começaram depois que o suspeito ouviu uma conversa da companheira com uma das filhas. Ela dizia que queria sair de casa. O investigado se apoderou de uma marreta e começou a agredir a vítima com diversos golpes dentro do banheiro.
A filha mais nova da doméstica e enteada do maquinista, uma adolescente de apenas 13 anos, presenciou tudo e tentou proteger a mãe. Nesse momento, o padrasto dela também a agrediu com duas marretadas, além de um soco no nariz.
A mulher desmaiou depois de tantas agressões e ficou caída na cozinha. Diversos cômodos da residência ficaram repletos de marcas com sangue. Já a adolescente conseguiu fugir da ação furiosa do padrasto, se trancou dentro de caso e ligou para a Polícia Militar. Segundo os familiares, Hélio nunca foi uma pessoa agressiva, mas apresentava comportamento de ciúme possessivo.
Hélio foi preso quatro dias após o crime, justamente no Dia Internacional da Mulher, por investigadoras da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher). Desde então, Hélio estava preso na penitenciária de Lucélia. Com a decisão da Justiça, ele deverá ser removido para um hospital psiquiátrico do estado.
Assista vídeo feito pelo RP10 na época do crime: