O maquinista Hélio Miranda Fernandes, de 57 anos, será submetido a júri popular na próxima quarta-feira (14), em Araçatuba (SP), após ser pronunciado por dupla tentativa de homicídio qualificada. Em 2019, ele tentou matar a mulher e a enteada que na época tinham, respectivamente, 45 e 13 anos de idade, a golpes de marreta.
Os crimes ocorreram na casa onde as vítimas moravam com o réu, na rua Orestes Bertachini, bairro Planalto. Achando que havia matado vítimas, que ficaram desmaiadas após a agressão, o réu fugiu de casa com uma moto, mas foi preso dias depois. Socorrida em estado grave, a companheira do acusado passou cinco dias internada na Santa Casa. A adolescente também passou por atendimento e foi liberada.
O caso teve grande repercussão na imprensa regional na época. O RP10 acompanhou o caso desde o início de chegou a entrevistar, com exclusividade, o acusado e as duas vítimas (assita o vídeo mais abaixo). O julgamento está previsto para ocorrer no Fórum de Araçatuba a partir das 9h e não tem hora para terminar. O réu segue preso preventivamente desde a época do crime.
O caso
A tentativa de feminicídio ocorreu na noite de uma segunda-feira, 4 de março de 2019. Segundo informações do boletim de ocorrência, a esposa do autor queria a separação, mas ele não aceitava o término.
As agressões começaram depois que o suspeito ouviu uma conversa da companheira com uma das filhas. Ela dizia que queria sair de casa. O investigado se apoderou de uma marreta e começou a agredir a vítima com diversos golpes dentro do banheiro.
A filha mais nova da doméstica e enteada do maquinista, uma adolescente de apenas 13 anos, presenciou tudo e tentou proteger a mãe. Nesse momento, o padrasto dela também a agrediu com duas marretadas, além de um soco no nariz.
A mulher desmaiou depois de tantas agressões e ficou caída na cozinha. Diversos cômodos da residência ficaram repletos de marcas com sangue. Já a adolescente conseguiu fugir da ação furiosa do padrasto, se trancou dentro de caso e ligou para a Polícia Militar. Segundo os familiares, Hélio nunca foi uma pessoa agressiva, mas apresentava comportamento de ciúme possessivo.
Hélio foi preso quatro dias após o crime, justamente no Dia Internacional da Mulher, por investigadoras da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher).
Em entrevista na época ao RP10, o acusado disse que não se lembrava das agressões. Falando baixo e com as mãos trêmulas, o operador de máquinas foi repetitivo ao dizer que não se lembra de nada.
Com muita dificuldade para se comunicar, a doméstica falou com a reportagem quando ainda estava internada. No entanto, os golpes foram tantos que ela desmaiou e não se lembrava exatamente do que havia acontecido e demonstrava certa confusão ao falar do caso.
A adolescente foi considerada uma heroína ao partir para cima do agressor em defesa de sua mãe. Ela contou que ao ver a situação, do agressor sobre sua mãe com a marreta na mão, partiu para cima e deu uma joelhada na boca dele.
O homem acertou uma marretada na cabeça da menina, que correu e se trancou no banheiro. Depois o homem conseguiu arrombar a porta e agrediu a jovem com socos no rosto. A marretada provocou um “galo” muito grande na cabeça e um corte que resultou em vários pontos, além de um soco que rasgou a lateral do nariz da adolescente e um corte no queixo, provocada pela queda após uma das marretadas.
A menina lutou até desmaiar devido a um dos golpes. Após recobrar a consciência, ela acionou o socorro, que o possibilitou o salvamento da mãe.
Assista as entrevistas concedidas ao RP10 na época do crime: