Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira, proprietários de uma escola infantil, foram presos na terça-feira (27/6) após denúncias de maus-tratos a crianças, incluindo a amarração de uma criança a um poste. Segundo a advogada do casal, Sandra Pinheiro, Mori Kawano argumentou que tais ações eram meras “brincadeiras” e que ele não considerava sua conduta como tortura.
“Ele me disse que quando era criança, brincava de amarrar um ao outro pela ponta da blusa. Meu cliente falou que não via o tratamento dado aos alunos como uma questão de tortura, que ele não tinha essa visão”, disse Pinheiro ao Metrópoles. A advogada questionou ainda a veracidade de algumas das imagens do processo e mencionou as reações divididas dos pais das crianças.
Pinheiro destacou a confusão e o medo do casal diante das acusações. “Eles queriam que eu impetrasse um habeas corpus. A família e os amigos queriam que eles se entregassem porque estavam todos preocupados com a integridade física deles. Eles choram muito. Eles não entendem o motivo de toda essa acusação”, afirmou.
O casal, proprietários da escola Pequiá, na zona sul de São Paulo, deve prestar depoimento à polícia na próxima semana, de acordo com o delegado do 6º Distrito Policial de São Paulo, Fabio Daré.
Daré relata que ouviu 12 mães cujos relatos são consistentes: “seus filhos apresentam mudança de comportamento, estão assustados, com medo de ficar no escuro e até comendo demais porque não estariam sendo alimentados na escola”.