O ex-deputado federal Deltan Dallagnol, que foi cassado por fraude à Lei da Ficha Limpa, afirmou que recebeu R$ 150 mil de “agentes de Deus” para ajudar a pagar a sua condenação. Ele é obrigado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a devolver R$ 2,8 milhões gastos com diárias e passagens na Operação Lava Jato.
Em um vídeo de nove minutos compartilhado em suas redes sociais, Deltan, filiado ao Podemos-PR, misturou fé, política e alegações de perseguição. Ele afirmou que as doações, que totalizaram mais de R$ 150 mil entre os dias 9 e 12 de junho, foram um “presente de Deus”.
Dallagnol relatou uma suposta conversa com Deus, na qual questionou o avanço da Justiça sobre seu “patrimônio”. Ele alegou que a resposta de Deus veio através das doações Pix que começaram a entrar em sua conta. “Centenas e centenas de pessoas começaram a fazer Pix para a minha conta, mais uma vez, expressando solidariedade, protegendo a minha família do mal que querem nos causar e mostrando que eu não estou sozinho (…) Agradeço a vocês que têm sido agentes de Deus na minha vida”, disse.
Ele ainda diz que ‘imaginou’ Deus respondendo a ele: “Quando foi que eu permiti que você e sua família fossem tocados? Quando você foi condenado a pagar mais de R$ 100 mil por conta do powerpoint, eu não fiz chover mais de 12 mil Pix em menos de 36 horas na sua conta?”.
Deltan foi cassado por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 16 de maio por fraude à Lei da Ficha Limpa. Na época em que deixou o cargo no Ministério Público Federal (MPF) para se candidatar à Câmara, ele era alvo de 15 processos administrativos.