A situação não anda nada boa para o prefeito de Penápolis (SP), Caíque Rossi (PSD), que pretende tentar a reeleição. Primeiro, uma recente pesquisa apontou, segundo fontes ligadas à política penapolense, que Caíque teria rejeição superior a 50% e que, nas projeções das eleições 2024, perderia em todas com os demais nomes que poderiam estar na disputa.
O cenário desfavorável para o jovem prefeito acendeu o alerta na administração municipal. Seus secretários foram convocados à linha de frente para mostrar serviço e falar bem do chefe do Executivo. Além disso, Caíque lançou, recentemente, um pacotão de obras, mas com a proximidade das eleições, é bem provável que não consiga inagurar nenhuma delas.
O prefeito também voltou a convidar os vereadores da base governista para participar dos vídeos que ele posta em suas redes sociais, mostrando os “feitos” de seu governo. Detalhe: somente o prefeito fala nos vídeos; os vereadores parecem mais “papagaios de pirata”.
Caíque Rossi, prefeito de Penápolis
Nos bastidores, no entanto, as “medidas” tomadas na tentiva de reverter o quadro ruim não têm surtido muito efeito. Os discuros do prefeito são repetitivos e, embora esteja em seu terceiro ano de mandato, insiste ainda em criticar a antiga gestão e falar em transparência, que foram seus motes de campanha, em 2020.
Preocupação com o cenário desfavorável
Conforme fontes ligadas à política de Penápolis, a preocupação do atual prefeito é tanta que, em um recente evento sobre marketing político, Caíque teria perguntando (diante de todos) ao especialista que proferia a palestra se é possível reverter um quadro de rejeição. Como resposta, recebeu um “pouco provável”, se os números ultrapassam os 50% de desaprovação.
Outro ponto é que a atual vice-prefeita, a médica Mirela Fink Hassan Rufato (PSD), não estaria disposta a concorrer novamente. Tanto é que Caíque está em busca de outros nomes para a composição de sua chapa.
Novos e (velhos) nomes começam a surgir
Alguns nomes começaram a surgir para a disputa da Prefeitura de Penápolis, como o do ex-prefeito João Luís dos Santos (PT); o do ex-vice-prefeito Carlos Alberto Feltrin (MDB); o do empresário Fábio Ferracini (Podemos), que concorreu a uma vaga a deputado estadual nas últimas eleições; e o do ex-presidente da Câmara de Penápolis Rubinho Bertolini (Republicanos), que chegou a assumir a Prefeitura interinamente em 2017, quando o ex-prefeito Célio de Oliveira enfrentou problemas com a Justiça e foi cassado. A curiosidade é que, hoje, Bertolini é secretário municipal de Desenvolvimento, nomeado pelo atual prefeito.
Ex-prefeito estaria fora da disputa
O ex-prefeito Célio de Oliveira não deve entrar na disputa em 2024, mas será um cabo eleitoral que pode ser decisivo para o nome que seu grupo escolher. Em tempo: Célio e Caíque não se bicam, e não é de hoje.
Comissão de Direito Eleitoral da OAB-SP
O advogado Eduardo Ferreira Mendes, integrante da Comissão de Direito Eleitoral da OAB-SP, disse que tem aprendido muito com a função, pois participa de vários debates envolvendo o assunto com profissionais gabaritados e constantemente atualizados. O último de que participou questionava com quem ficaria o mandato do então deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), cassado pela Justiça Eleitoral. O impasse era se o mandato seria assumido por Luiz Carlos Hauly (Podemos) ou pelo pastor Itamar Paim (PL).
Ficou com o Podemos
A Comissão de Direito Eleitoral se manifestou pela manutenção do mandato com o Podemos. Até então, a tese era de que o primeiro suplente do partido, no caso, Hauly, não tinha feito os 10% do quociente eleitoral e não poderia assumir. Em um recurso apresentado pelo Podemos, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu a favor do deputado do Podemos, que foi diplomado e tomou posse, mesmo entendimento da Comissão da OAB-SP.