Dezenas de funcionários da Fundação Casa que trabalham nas duas unidades de Araçatuba e que estão em greve desde o dia 3 de maio realizaram na manhã desta terça-feira (9) um protesto pacífico e solidário com carreata e doação de sangue no hemonúcleo da cidade.
Os servidores se reuniram às 7h30 na frente das unidades, na Estrada do Goulart, e de lá saíram em carreata por ruas da cidade até a sede do hemonúcleo na Avenida Arthur Ferreira da Costa, bairro Aviação. A finalidade da manifestação foi prover o banco de sangue da cidade e, ao mesmo tempo, chamar a atenção para as reivindicações da categoria em greve por tempo indeterminado em todo o estado de São Paulo.
Conforme o Sitsesp (Sindicato da Socioeducação de SP), em todo o estado existem 9.520 funcionários ativos para tomar conta de cerca de 5 mil adolescentes internados. No primeiro dia de paralisação, segundo o sindicato, houve uma adesão de aproximadamente 80% dos funcionários. Em Araçatuba, que comporta duas unidades da Fundação, são 160 servidores.
O TRT-2 determinou que 80% dos funcionários sejam mantidos nas unidades durante a greve. A multa diária por descumprimento é de 200 mil. De acordo com o Sitsesp, todas as atividades pedagógicas foram suspensas nas unidades desde o início da paralisação. A Fundação CASA, porém, contesta a informação e diz que o funcionamento segue normalizado em todas as unidades.
Os funcionários da Fundação Casa iniciaram a greve após recusarem o acordo de reajuste salarial de 5,75% proposto pelo governo de São Paulo, valor abaixo da reposição inflacionária de 6,70%. Outra reivindicação dos trabalhadores é o não fechamento de unidades e, também, reivindicam a realização de concurso público, pois o efetivo está baixo.
O governo alega que a proposta impacta além do salário e incide em benefícios dos servidores (vale-refeição, vale-alimentação e auxílios creche e funeral).
“Pedimos o apoio da população, bem como, de toda comunidade política (deputados, prefeitos, vereadores) para que o governo reconheça e valorize os trabalhadores que prestam um trabalho de maestria dentro da socioeducação para adolescentes em conflito com a justiça, no maior e mais rico estado brasileiro”, diz o Sitsesp.