Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança russo, lançou um sério aviso na sexta-feira, sugerindo que a Rússia poderia recorrer a um ataque nuclear preventivo contra a Ucrânia caso o país receba armas de seus aliados. Segundo Medvedev, o Ocidente está subestimando gravemente a ameaça de uma guerra nuclear, ao passo que, neste momento, as discussões entre Moscou e Kiev são inviáveis.
“Há leis inexoráveis na guerra. Se houver [o fornecimento à Ucrânia de] armas nucleares, um ataque preventivo terá de ser lançado”, disse Medvedev durante uma visita ao Vietnã, conforme relatado pela agência oficial russa TASS.
Aliado próximo de Vladimir Putin, Medvedev também alegou que os países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) estão ampliando as categorias de armas enviadas à Ucrânia, incluindo possíveis aeronaves de combate F-16 e armamentos nucleares. Essas ações, ele afirmou, resultariam em mísseis nucleares atingindo o território ucraniano.
A Rússia, que possui o maior arsenal nuclear do mundo, tem consistentemente expressado a crença de que o Ocidente está em guerra contra ela em função da questão ucraniana, um conflito que, na sua visão, poderia se tornar muito mais amplo.
Medvedev enfatizou ainda que, enquanto Volodymyr Zelensky permanecer no poder, as negociações com a Ucrânia serão impossíveis. “Termina sempre tudo em negociações, e isso é inevitável, mas enquanto essas pessoas estiverem no poder, a situação para a Rússia não mudará com negociações”, reforçou.
As declarações de Medvedev seguem-se ao anúncio feito pelo presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, na quinta-feira, sobre o início da transferência de armas nucleares táticas russas para o seu território. No entanto, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, insistiu que tal movimento não implica que as armas seriam entregues à Bielorrússia.
“A Rússia não está entregando armas nucleares à Bielorrússia. O controle sobre essas armas e a decisão de usá-las permanece do lado russo”, afirmou Shoigu.