Levantamento técnico feito pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) rastreou transferências que dão indício da prática de “rachadinha” no gabinete do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo documento ao qual o jornal O Globo teve acesso, o Laboratório de Tecnologia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do MP-RJ identificou mais de R$ 2 milhões recebidos pelo chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro, Jorge Luiz Fernandes, em transferências feitas por outros seis servidores nomeados pelo vereador.
De acordo com levantamento, que foi feito com autorização da Justiça, foi possível identificar que Fernandes usou contas pessoais para pagar despesas do vereador. A possibilidade de existência do esquema já era investigada pelo MP-RJ, e esse laudo é a prova mais contundente até aqui. O relatório feito pelo Laboratório do MP-RJ monitorou 27 pessoas e cinco empresas com relações com Carlos Bolsonaro.
Os dados obtidos pelo O Globo revelaram que só uma funcionária fez mais de 300 transferências para o chefe de gabinete, totalizando R$ 814 mil. Outra servidora indicada pelo filho do ex-presidente transferiu R$ 647 mil, em mais de 200 lançamentos. Uma das envolvidas é esposa de Jorge Luiz Fernandes.