Alfiere Eduardo Bompani e Tarcisio Tadeu Spricigo, dois padres que foram condenados por abuso sexual de crianças e adolescentes, fizeram manuscritos que contavam com detalhes os crimes que cometeram. Os dois atuaram como padres na mesma época, nos anos 2000, em cidades diferentes de São Paulo, e não se conheciam. As informações são do jornal O Globo.
Segundo a publicação, a polícia encontrou os cadernos nas casas paroquiais e, nas anotações, haviam até lições de como cometer os crimes sem serem pegos. Os manuscritos serviram como prova dos crimes.
As histórias dos dois padres estão no livro Pedofilia na Igreja — um dossiê inédito sobre casos de abusos envolvendo padres católicos no Brasil (Máquina de Livros, 2023). A obra reúne casos de 108 sacerdotes acusados de abusos, sendo que 60 deles foram condenados.
Nos manuscritos de Bompani, há relatos em que ele se masturbou na presença dos adolescentes, tocou neles ou exigiu ajuda para o ato. O padre usava um sítio em Sorocaba, no interior de São Paulo, para os crimes. Os abusos aconteciam a cada visita ao local, que abrigava menores carentes.
Após ser denunciado em 2003, Bompani foi condenado pelos crimes de atentado ao pudor e, em segunda instância, sua pena foi reduzida a 48 anos e 7 meses e 12 dias de prisão. Anos depois da prisão, ele se defendeu dizendo que gostava de escrever sobre homossexualismo, mas que nunca tinha praticado o que estava escrito nos papéis.
Já Spricigo foi condenado em 2003 a 15 anos de reclusão por atentado ao pudor contra um menino de 8 anos em Agudos, no interior de São Paulo. Em um dos diários encontrados, o padre disse: “Sei que chovem garotos, seguros, confiáveis e que são sensuais e que guardam total segredo, e que são carentes de pai e só com a mãe. Eles estão em todos os lugares, basta só ter um olho clínico e agir com leis seguras no campo social”. (Com informações do portal Terra).