O Vaticano tomou uma decisão histórica, concedendo o direito de voto às mulheres no próximo Sínodo mundial da Igreja Católica. Com a intenção de aumentar a participação feminina dentro da instituição, o Papa Francisco expressou seu desejo de dar mais espaço às mulheres na próxima assembleia, que acontecerá em outubro na Cidade do Vaticano.
O documento divulgado pela Santa Sé especifica que, além dos bispos e arcebispos eleitos pelas conferências episcopais, outros 70 membros poderão votar, representando o povo de Deus. Desses membros, 50% serão mulheres, incluindo jovens, e serão selecionados com base em seus conhecimentos teóricos e práticos, bem como sua participação no processo sinodal.
O vaticanista norte-americano Thomas Reese destacou que essa é uma grande mudança para a Igreja Católica, que historicamente é composta principalmente por bispos. Agora, cerca de 25% do Sínodo não será formado por bispos, e metade dos membros não bispos será de mulheres. Reese acredita que essa decisão envia uma mensagem importante, de que leigos e leigas devem fazer parte do processo de tomada de decisões da Igreja Católica.
Visita à Hungria
O movimento do Vaticano ocorre em meio a uma viagem apostólica de três dias à Hungria, onde o Papa Francisco será recebido pelo premiê de extrema direita Viktor Orbán. Enquanto os dois conversarão sobre a guerra na Ucrânia e a política anti-imigração, condenada pelo Vaticano, há diferenças significativas em suas visões.
Orbán defende uma “Europa cristã” e livre de migrantes muçulmanos, enquanto o Papa pede uma distribuição mais equitativa, entre os países da União Europeia, de todos os que fogem das guerras e da fome. Orbán, por sua vez, se abstém de criticar o presidente russo Vladimir Putin e se recusa a enviar armas para a Ucrânia.