Um procedimento médico que deveria ter sido simples e rotineiro acabou em tragédia para Alessandra dos Santos Silva, uma passista da Acadêmicos do Grande Rio. Ela se internou para retirar miomas no útero em São João de Meriti (RJ), na Baixada Fluminense, e teve alta dias depois com parte do braço esquerdo amputado. A família de Alessandra ainda busca respostas sobre a causa da amputação, que não foi esclarecida pelas autoridades médicas responsáveis.
Alessandra, que também é trancista, relata que só lembra de acordar em outro hospital sem o braço. A família informa que, até dois meses e meio depois do procedimento, nenhuma autoridade explicou a causa que levou à amputação, apenas informaram que ela corria risco de necrose.
Segundo exames, Alessandra tinha miomas no útero, e especialistas recomendaram a retirada imediata. Ela se internou para o procedimento em 3 de fevereiro e foi operada pela manhã. No entanto, à noite, médicos detectaram uma hemorragia.
Dois dias depois, parentes foram visitá-la e notaram que ela estava intubada, com as pontas dos dedos esquerdos escurecidas e os braços e pernas enfaixados. De acordo com a mãe, os médicos disseram que a paciente “estava com frio”. Logo depois, a família foi informada de que Alessandra teria que ser transferida para o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac), em Botafogo, ainda intubada. Segundo parentes, o braço da passista estava praticamente preto.
Um médico informou à família que iria drenar o braço, que já estava começando a necrosar, mas a drenagem não funcionou. Segundo o Iecac, “ou era a vida de Alessandra, ou era o braço”, porque a necrose iria se alastrar. A família, então, autorizou a amputação do braço.
Após a cirurgia, o estado de saúde de Alessandra se agravou, com o rim e o fígado quase parando e risco de infecção generalizada. A passista continua enfrentando dores e sangramentos e espera respostas sobre o que aconteceu durante o procedimento que a deixou sem uma parte do braço.
O que dizem as autoridades
A Secretaria Estadual de Saúde disse que vai abrir uma sindicância para apurar o que aconteceu no Hospital da Mulher Heloneida Studart.
A Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 64ª DP (São João de Meriti) e que os agentes requisitaram o laudo médico de atendimento na unidade para fazer uma análise.