A professora Isabel Oliveira foi ao supermercado Atacadão em Curitiba para comprar itens para o almoço e fórmula para a filha de um ano e dez meses. No entanto, ela foi seguida por um funcionário da segurança que tentou disfarçar, mas ela percebeu sua atitude. Quando questionado se era uma ameaça, o segurança respondeu que apenas cuidava do setor.
Isabel já havia sido vítima de racismo em outras ocasiões e não aceitou a versão do segurança. Ela começou a fazer um escândalo e muitas pessoas que estavam no supermercado apoiaram sua indignação e a incentivaram a acionar a polícia. Entretanto, quando ela ligou para o número de emergência, o atendente se recusou a enviar uma viatura, alegando que não havia motivo suficiente para isso.
Decidida a se manifestar, Isabel teve a ideia de ir novamente ao supermercado, mas desta vez vestindo apenas calcinha e sutiã. Ela escreveu em seu corpo os dizeres “eu sou uma ameaça?” e entrou no local, onde tirou a roupa para mostrar que não portava nenhum tipo de arma ou escondia algum produto. O protesto foi registrado e transmitido ao vivo pelo Instagram.
Isabel e o marido compraram a fórmula para a bebê, pagaram e foram para casa. Mesmo sabendo que poderia ser detida por atentado ao pudor, a professora acreditava que sua atitude era necessária para chamar a atenção para o tratamento injusto que muitas pessoas negras recebem no país. O protesto ganhou repercussão nas redes sociais e gerou debates sobre racismo e discriminação em estabelecimentos comerciais.
Ao canal de notícias de Curitiba, Plural, que repercutiu o fato, o Atacadão respondeu em nota:
A empresa informa que apurou o caso, ouvindo os funcionários e analisando as imagens de câmeras de segurança, e não identificou indícios de abordagem indevida. Desde as primeiras manifestações da cliente no local, a supervisão e a gerência da loja se colocaram à disposição para ouvi-la e oferecer o devido acolhimento. Lamentamos que a cliente tenha se sentido da maneira relatada, o que, evidentemente, vai totalmente contra nossos objetivos. A empresa possui uma política de tolerância zero contra qualquer tipo de comportamento discriminatório ou abordagem inadequada. Realiza treinamentos rotineiros para que isso não ocorra e possui um canal de denúncias disponível, dando total transparência ao processo. Ressaltamos, ainda, que nosso modelo de prevenção tem como foco o acolhimento aos clientes, com diretrizes de inclusão e respeito que também são repassadas aos nossos colaboradores por meio de treinamentos intensos e frequentes.
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