O jornalista Augusto Nunes, ex-apresentador da Jovem Pan, da TV Cultura e da Record, foi condenado pelo juiz José Fernando Steinberg, do Juizado Especial Criminal da Barra Funda, em São Paulo, a pagar 30 salários-mínimos a uma entidade beneficente por crimes contra a honra do governador de Rondônia, Marcos Rocha.
O juiz converteu a pena de seis meses e seis dias de detenção em pagamento após Augusto Nunes ter chamado o governador de “cafajeste” e afirmado que ele desviou vacinas do coronavírus em um texto publicado no blog da Record em 27 de janeiro de 2021.
O jornalista foi condenado à revelia, já que não compareceu à audiência de instrução nem apresentou defesa no processo, mesmo notificado. O governador Marcos Rocha alegou que estava internado na UTI com coronavírus quando o texto foi publicado e que as contas do governo de Rondônia foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado. Segundo a defesa do governador, o texto do jornalista é baseado em “fatos que nunca existiram” e queria “desmerecer sua conduta”.
O magistrado José Fernando Steinberg justificou a condenação do jornalista afirmando que houve “prova documental clara” de crimes contra a honra do governador e que Augusto Nunes “extrapolou as barreiras da liberdade de expressão e de imprensa”. O jornalista informou que vai recorrer contra a sentença, alegando que foi julgado à revelia e que houve uma interpretação equivocada da Justiça.
Embora tenham sido noticiadas investigações federais sobre vacinas supostamente desviadas no governo de Rondônia, a condenação de Augusto Nunes se deu especificamente pela acusação contra o governador Marcos Rocha, que alegou ter sido caluniado pelo jornalista.